Forças israelenses demoliram hoje um edifício residencial e apreenderam tendas e outros equipamentos na aldeia de Ibziq, Vale do Jordão, ao norte da cidade de Tubas, na Cisjordânia ocupada. As informações são da agência de notícias Wafa.
O Vale do Jordão, que abrange quase um terço da Cisjordânia ocupada, abriga 65.000 palestinos em 28 aldeias.
Desde 1967, quando o exército israelense ocupou a região, Israel transferiu ilegalmente ao menos 11.000 cidadãos judeus ao Vale do Jordão. Alguns dos assentamentos onde vivem os colonos israelenses foram construídos quase inteiramente sobre terras privadas palestinas.
Segundo Abdul Majeed Khdeirat, chefe do conselho da aldeia de Ibziq, além dos danos a fazendas e residências, forças israelenses também invadiram o local e destruíram uma cabana de 70 metros quadrados e duas bombas de água e eletricidade.
Khdeirat relatou ainda que as forças de Israel apreenderam oito tendas que não estavam montadas, painéis solares, equipamentos de pintura e blocos de construção que seriam utilizados em obras locais para instalar uma mesquita, uma clínica e a sede do conselho.
O Exército de Israel alegou que as construções ocorriam em zona militar.
Nesta quarta-feira (25), autoridades militares de Israel também ordenaram que residentes do Vale do Jordão interrompessem a instalação de painéis solares na aldeia de Khirbet Al-Dir, no norte do Vale do Jordão.
Mutaz Bisharat, oficial palestino que monitora as atividades dos assentamentos no distrito de Tubas e Vale do Jordão, declarou que soldados invadiram a aldeia e entregaram ordens aos residentes para suspensão dos trabalhos. Os painéis solares foram doados por uma entidade humanitária italiana e pelo grupo de desenvolvimento GVC Italia.
Bisharat reiterou que os soldados proibiram os residentes locais de estabelecer uma caravana para propósitos agrários sobre suas próprias terras, em Khirbet Al-Dir.
Na última semana, a Autoridade Palestina alertou que Israel pode utilizar o estado de emergência decorrente da pandemia de coronavírus (covid-19) para executar planos coloniais na Cisjordânia ocupada, com base no chamado ‘acordo do século’, anunciado pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em janeiro último.
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