Nesta terça-feira (31), o representante permanente da China nas Nações Unidas Zhang Jun fez um apelo ao Conselho de Segurança da ONU pela suspensão das sanções internacionais à Síria, destacando que elas poderão obstruir os esforços do país para enfrentar a pandemia de coronavírus.
Em reunião do Conselho de Segurança realizada por videoconferência, Zhang – também presidente do conselho para o mês de março – declarou: “Pedimos pela suspensão completa e imediata das medidas coercitivas unilaterais.”
O enviado chinês à ONU referiu-se à questão como matéria de direitos humanos e afirmou: “Estamos gravemente preocupados com o impacto negativo das sanções unilaterais sobre a capacidade de certos países de responder à pandemia, em particular países vulneráveis, como a Síria … civis e pessoas inocentes sofrem severamente com tais sanções.”
Zhang também falou sobre a situação na Síria referente aos nove anos de guerra civil e elogiou os supostos avanços no noroeste do país, após Turquia e Rússia assinarem acordo de cessar-fogo na primeira semana de março.
“Apreciamos seus esforços diplomáticos e encorajamos as partes relevantes a continuar na implementação do cessar-fogo”, declarou o diplomata chinês.
Zhang expressou os anseios da China por uma solução política para o conflito, ao reiterar: “É nossa firme posição apoiar a solução política ao conflito na Síria. Apreciamos os cuidadosos esforços do enviado especial [Geir Pedersen] e o encorajamos a continuar seus trabalhos para facilitar o diálogo entre as partes sírias, em direção a um processo político inclusivo, liderado pelos sírios.”
O representante chinês enfatizou particularmente que o futuro do país deve ser decidido pelo povo sírio, “sem interferência estrangeira”.
“Observamos que o governo sírio assumiu uma série de medidas preventivas contra a propagação do vírus. A Organização Mundial da Saúde está ativamente engajada. Apreciamos os esforços”, prosseguiu Zhang.
Segundo ele: “[A China] já forneceu um lote de kits de diagnóstico para a Síria. Estamos dispostos a continuar a fornecer assistência à Síria dentro de nossas capacidades. Convocamos outros países a fazerem o mesmo.”
Desde a confirmação do primeiro caso de coronavírus na Síria, na última semana, autoridades do regime de Bashar al-Assad impuseram medidas estritas para as semanas seguintes, incluindo fechamento de escolas, parques, restaurantes e outras instituições públicas, além da suspensão do transporte público e toque de recolher em escala nacional.
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