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Exército da Síria saqueia propriedades da oposição em Idlib

Civis sírios são deslocados à força pelos incessantes ataques do regime de Assad, Rússia e grupos ligados ao Irã, em direção a zonas neutras estabelecidas perto da fronteira com a Turquia, em Idlib, Síria, 5 de fevereiro de 2020 [Muhammed Said/Agência Anadolu]

Forças do regime sírio do Presidente Bashar al-Assad e milícias com apoio do Irã passaram a saquear casas e propriedades de civis ligados à oposição no país, nas áreas recém-capturadas na província de Idlib, noroeste da Síria.

Segundo a Agência Anadolu, fontes locais denunciaram que o exército sírio “continua a saquear casas na zona de desescalada de Idlib, recentemente reconquistada dos grupos da oposição.”

O regime compartilhou vídeo nas redes sociais registrando o momento em que forças sírias e aliados roubam portas e janelas de residências civis, além de fios elétricos e utensílios de cozinha. Segundo relatos, os itens apreendidos foram transferidos a Aleppo e Damasco e vendidos publicamente a baixo preço.

Em 12 de janeiro, Turquia e Rússia concordaram em estabelecer um cessar-fogo na Síria. Entretanto, o regime de Assad e seus aliados reiteradamente romperam o acordo, ao lançar ataques incessantes, em particular sobre Idlib.

Em seguida, os presidentes da Rússia e Turquia voltaram a reunir-se em Moscou, em 5 de março, para chegar a um novo acordo posto em ação a partir do dia seguinte. Embora partes do acordo mantenham-se vigentes, forças do regime voltaram a violá-lo em diversos pontos.

A Rússia apoia as forças de Bashar al-Assad e a Turquia apoia militantes da oposição, diante do conflito que já dura nove anos.

Após negociações em Astana, capital do Cazaquistão, em 2017, Turquia, Rússia e Irã concordaram em transformar a cidade de Idlib e outras três regiões na Síria em “zonas de desescalada”, onde atos de agressão são expressamente proibidos.

Entretanto, forças militares de Assad e grupos terroristas estrangeiros ligados ao Irã capturaram três destas regiões com apoio aéreo da Rússia. Idlib tornou-se o próximo alvo.

Forças do regime intensificaram seu avanço militar em setembro de 2018, o que pavimentou o caminho para o chamado acordo de Sochi, assinado entre Turquia e Rússia, no mesmo mês.

Mais tarde, em maio de 2019, o regime sírio – após suspender brevemente as agressões – lançou uma nova ofensiva militar para capturar as regiões sul e sudeste de Idlib, áreas rurais ao norte e leste de Hama e diversos povoados ao sul e oeste da zona rural de Aleppo.

Desde o acordo de Sochi, o regime e seus aliados mataram mais de 1.800 civis. Seus ataques resultaram em quase dois milhões de pessoas deslocadas desde o início de 2019.

LEIA: Regime de Assad acusa Israel de atacar Homs, na Síria

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