O Ministério de Assuntos dos Prisioneiros e Ex-Prisioneiros de Gaza reportou ontem (5) que há atualmente 200 crianças palestinas mantidas nas prisões de Israel, carentes de qualquer cuidado médico apropriado. As crianças detidas carecem até mesmo da proteção necessária contra o novo coronavírus (covid-19), apesar de oficiais de segurança e prisioneiros já terem sido diagnosticados com a doença.
O ministério forneceu detalhes em declaração emitida no Dia da Criança Palestina, ao destacar a necessidade de ação de organizações humanitárias internacionais – em particular, com foco nos direitos da infância –, a fim de proteger as crianças detidas em Israel.
Ao menos duas crianças, esclareceu o ministério, foram isoladas em quarentena pelo serviço penitenciário de Israel pois tiveram contato com oficiais e outros prisioneiros diagnosticados com o vírus.
O ministério e entidades relevantes locais e internacionais convocaram a Sociedade da Cruz Vermelha Internacional a intervir para libertar as crianças imediatamente.
De janeiro de 2019 até o fim de março, Israel prendeu 789 meninos e meninas entre as idades de doze a dezoito anos. Crianças detidas são privadas de seus direitos mais básicos e enfrentam julgamentos arbitrários e tratamento desumano que violam direitos fundamentais.
Dezenas de crianças são presas em Jerusalém diariamente, denunciou o ministério, número superior a qualquer outra província palestina. Além do cárcere, há casos de prisão domiciliar e deportação de suas cidades natais, além de multas desproporcionais utilizadas como punição coletiva.
Israel mantém 5.700 prisioneiros palestinos em suas cadeias, incluindo 200 crianças, 44 mulheres, cinco membros do Conselho Legislativo da Palestina, 27 jornalistas e 470 presos sob detenção administrativa – sem qualquer acusação formal ou julgamento. Dos 700 prisioneiros doentes, ao menos 200 dependem de tratamento médico urgente, muitas vezes deliberadamente negado.
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