Aumentar a produção de petróleo não servirá ao interesse de nenhum país, alertou ontem (5) a Rússia, destacando os esforços do Presidente Vladimir Putin em torno de “negociações construtivas com o objetivo de estabilizar o mercado de energia global.”
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“A Rússia não apoiou o fim do acordo entre OPEP+ e Organização dos Países Exportadores de Petróleo [OPEP]”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a emissora local Russia Today (RT). “O Presidente Putin e o lado russo em geral estão determinados a buscar um processo construtivo de negociação, e não há qualquer alternativa para que possamos estabilizar o mercado energético internacional.”
Peskov enfatizou que a Arábia Saudita introduziu medidas dramáticas que caracterizou como “descontos sem precedentes e produção intensificada de petróleo”. O oficial russo ainda reiterou que tais movimentos levaram a “uma situação na qual todas as instalações petrolíferas no mundo poderão estar abarrotadas.”
“Navios-petroleiros já são utilizados não para transporte do produto, mas como depósitos flutuantes”, observou Peskov. “Enfim, obteremos um preço absolutamente mínimo sobre os produtos de petróleo, o que não é vantajoso para nenhum país.”
Os preços de petróleo desabaram desde que a Rússia e membros da OPEP falharam em renovar um acordo sobre a produção de petróleo global, que deveria estabelecer um corte adicional de 1.5 milhões de barris por dia, no início de março deste ano. Preocupações sobre o impacto econômico da pandemia de coronavírus somaram-se à queda dos preços do produto.
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