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Catar garantiu Copa do Mundo FIFA de 2022 via propina, concluem promotores dos EUA

Logotipo oficial da Copa do Mundo FIFA de 2022, com sede no Catar, refletido na fachada do Arquivo Nacional catariano, na capital Doha, em 3 de setembro de 2019 [Mohammed Dabbous/Agência Anadolu]

Nesta segunda-feira (6), promotores dos Estados Unidos concluíram que oficiais da Federação Internacional de Futebol (FIFA) receberam propina antes de votar a favor do Catar e da Rússia como países anfitriões das Copas do Mundo de 2022 e 2018, respectivamente.

A conclusão foi feita após extensa investigação.

Um documento de setenta páginas contém detalhes sobre o inquérito. Diversos ex-membros do Comitê Executivo da FIFA “foram oferecidos ou receberam propinas relacionadas a seus votos”, revelou a apuração dos fatos.

Promotores dos Estados Unidos declararam ter evidências de “enriquecimento ilícito e propina no futebol internacional”; segundo os responsáveis pela investigação trata-se de um conjunto de práticas comuns “conhecidas há décadas”. Acusações de corrupção também levaram a uma empresa de marketing esportivo e três executivos de imprensa.

Nicolas Leoz, ex-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), e Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foram formalmente acusados de receber dinheiro “em troca de seus votos a favor do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022.”

O Catar negou qualquer delito apesar das reiteradas alegações de propina desde que o rico estado do Golfo ganhou o direito de sediar o maior torneio de futebol do mundo, há dez anos atrás. É notório que o Catar venceu a candidatura dos Estados Unidos na reta final.

LEIA: Catar divulga seu emblema oficial para a Copa do Mundo da FIFA 2022

O indiciamento divulgado ontem não especifica quem esteve por trás da suposta propina, fato que provavelmente servirá à defesa catariana ao insistir em sua inocência sobre o caso. Investigações anteriores também não conseguiram conectar diretamente oficiais de Doha aos atos de corrupção.

Entretanto, após a Rússia sediar a Copa do Mundo há quase dois anos, o foco da investigação deve voltar-se mais uma vez ao estado do Golfo. A possibilidade de reabertura de um inquérito da FIFA sobre como os votos foram conduzidos ainda não está clara.

A escolha do Catar como sede para a Copa do Mundo FIFA de 2022 demonstrou-se um pomo da discórdia entre os vizinhos do Golfo. Por meses, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, em particular, observaram os preparativos catarianos para assumir o palco central do esporte com certa inveja, ao insistir que a honra de acolher o torneio deveria ser compartilhada por toda a região.

Em 2019, foi descoberto que os Emirados Árabes Unidos contrataram serviços de um parlamentar conservador britânico e de uma firma de relações públicas de Londres para estabelecer uma campanha que representasse publicamente o governo em Doha de modo negativo, a fim de que o Catar perdesse o direito de sede do torneio internacional.

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