A emissora de televisão Al-Ghad, do Egito, demitiu cerca de cem funcionários sem aviso prévio supostamente devido à pandemia de coronavírus, reportou ontem a rede de notícias Al-Araby Al-Jadeed. A administração da emissora alegou que a decisão foi tomada em virtude da “propagação extraordinária do coronavírus e seu impacto na economia.”
“Devido à atual situação econômica decorrente da propagação do coronavírus, a empresa terá de assumir algumas medidas inconvenientes, como: reduzir operações, deduzir salários e demitir alguns colaboradores”, afirmou a emissora em e-mail oficial à sua equipe.
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A rede Al-Ghad é propriedade do governo dos Emirados Árabes Sauditas (EAU); relatos apontam que é administrada pelo serviço de inteligência do Egito. Seus empregados incluem jornalistas e trabalhadores de diversas nacionalidades árabes, sobretudo egípcios e palestinos.
Um fonte interna à emissora relatou à Al-Araby Al-Jadeed que a maioria dos funcionários demitidos eram egípcios.
A fonte observou que a administração da emissora também “planejava cortar salários pela metade”, mas recuou após decisão recente do Presidente do Egito Abdel Fattah Al-Sisi de impor que empresas do setor público e privado “não cortem salários da equipe”.
Em evento relacionado, o proeminente jornalista egípcio Mahmoud Kamel recentemente submeteu uma reclamação formal ao chefe do Sindicato dos Jornalistas do Egito, Diaa Rashwan, alertando que a rede Al-Ghad “planejava demitir 80 membros da equipe, incluindo jornalistas, funcionários diversos e administrativos, sem qualquer justificativa.”
Após surgir na cidade de Wuhan, China, em dezembro último, o covid-19 – doença respiratória causada pelo coronavírus – espalhou para ao menos 185 países e regiões de todo o mundo. A pandemia causou a morte de mais de 113.902 pessoas e infectou 1.847.095 pessoas. A partir de março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a caracterizar a crise do coronavírus como pandemia.
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