O número de famílias palestinas que vivem abaixo da linha da pobreza é previsto para dobrar nos próximos meses, em particular devido à crise do coronavírus, alertou ontem (15) o Ministro de Desenvolvimento Social da Autoridade Palestina Ahmad Majdalani.
Majdalani afirmou a repórteres em Ramallah que o índice de palestinos abaixo da linha da pobreza aumentou em cerca de 53.000 famílias, desde o início da crise. “Isso levou milhares de empreendimentos e negócios a impor medidas severas para conter a situação”, prosseguiu. Espera-se que a estimativa aumente até o fim de abril.
“A Autoridade Palestina começou a distribuir apoio financeiro a mais de 115.000 famílias afetadas, 80.000 das quais na Faixa de Gaza”, destacou Majdalani. O ministro reiterou que 10.000 novas famílias passaram a receber tais pacotes de assistência do governo.
“Cerca de 58% do auxílio vem da própria Autoridade Palestina, 39% vem da União Europeia e 3% vem do Banco Mundial”, detalhou Majdalani.
Segundo a Ministra da Saúde da Autoridade Palestina Mai Al-Kaila, três enfermeiras em Hebron (Al-Khalil) e Ramallah contraíram o vírus. Al-Kaila observou que há um total de 277 casos na Cisjordânia e Faixa de Gaza, além de 78 casos em Jerusalém ocupada.
A ministra declarou que 66% das pessoas infectadas são homens; 34% mulheres. “Cerca de 75% eram trabalhadores [em Israel ou assentamentos ilegais] e 10% dos infectados retornaram do exterior recentemente.”
O Grão Mufti de Jerusalém Sheikh Mohammed Hussein anunciou que todas as mesquitas da cidade permanecerão fechadas durante o mês do Ramadã, sagrado para o Islã, que tem início no final da próxima semana. Orações congregacionais permanecerão suspensas.
Após surgir na, China, em dezembro último, o covid-19 – doença respiratória causada pelo coronavírus – espalhou-se para ao menos 184 países. Até então, mais de dois milhões de pessoas contraíram o vírus em todo o mundo, das quais mais de 134.000 faleceram. Em torno de 500.000 pacientes se recuperaram da doença.
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