O Marrocos evitou a execução de um plano conjunto estabelecido entre Israel e Emirados Árabes Unidos (EAU) para evacuar judeus locais com cidadania israelense, sob pretexto da propagação do novo coronavírus. As informações foram corroboradas pela rádio do Exército de Israel nesta quinta-feira (16).
Segundo os relatos, o Marrocos concordou a princípio com a evacuação de judeus a Israel; mais tarde, os Emirados Árabes Unidos contactaram o governo israelense para evacuá-los em um único avião, junto de cidadãos emiradenses e Israel assentiu.
Entretanto, o Marrocos suspendeu os planos por não ser informado devidamente sobre os detalhes da operação.
Esperava-se que os judeus pousassem em Israel durante as festividades do Pessach (Páscoa judaica), que encerrou-se na quarta-feira (15).
Israel enfrenta dificuldades em transportar judeus marroquinos para o território ocupado diretamente, pois a companhia aérea israelense El Al é proibida de operar no Marrocos. Deste modo, Emirados Árabes Unidos ofereceram ajuda a Israel para transporte aéreo.
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Não está claro se o avião emiradense pretendia pousar em Israel ou assumir rota alternativa.
Desde o início do mês, o Ministério de Relações Exteriores de Israel busca conduzir dezenas de judeus marroquinos ao território ocupado, sob pretexto de repatriá-los diante da crise do coronavírus em solo marroquino, conforme informações divulgadas pelo jornal Israel Hayom.
A reportagem reiterou que judeus do Marrocos possuem direito a cidadania israelense, além de nacionalidade marroquina.
Cerca de 2.000 a 2.500 judeus vivem no Marrocos, de acordo com censo de 2006. A maioria vive em Casablanca, com grupos menores em Rabat, Agadir, Marrakech, Meknes e Fez.
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