O Irã estendeu em um mês o prazo das licenças temporárias concedidas a prisioneiros no país, anunciou neste domingo (19) o Presidente do Irã Hassan Rouhani, à medida que a república islâmica tenta conter a propagação do novo coronavírus em cadeias superlotadas. As informações são da agência Reuters.
Segundo relatos, o Irã libertou temporariamente 100.000 prisioneiros desde fevereiro – incluindo “prisioneiros de consciência”, como presos políticos ou religiosos, e cidadãos binacionais ou estrangeiros. Na sexta-feira (17), a decisão foi elogiada pelas Nações Unidas como um passo importante, mas que deve ser expandido.
“Licenças a prisioneiros que não representem risco nenhum à sociedade foram estendidas até 20 de maio”, declarou Rouhani em reunião de seu gabinete televisionada.
Entretanto, uma carta de especialistas de direitos humanos da ONU, incluindo Javaid Rehman – relator especial para o Irã –, alertou que “muitos prisioneiros de consciência, defensores de direitos humanos, preservacionistas e cidadãos binacionais ou estrangeiros” mantêm-se presos nas cadeias iranianas.
Rouhani também afirmou que mesquitas e locais sagrados permanecerão fechados até ao menos 4 de abril, à medida que o país mais atingido pelo coronavírus no Oriente Médio tenta conter a rápida propagação da doença às vésperas do Ramadã.
O Irã permitiu aos chamados negócios de baixo risco – incluindo lojas, fábricas e oficinas – que retomassem atividades na capital Teerã a partir de sábado (18), uma semana após início da reabertura gradual no restante do país.
“Mesquitas e centros religiosos continuarão fechados pelas próximas duas semanas … Decisões sobre cultos coletivos durante o Ramadã [mês sagrado para os muçulmanos] serão tomadas na próxima semana”, declarou Rouhani.
Escolas e universidades seguem fechadas. Uma nova ordem de proibição a aglomerações culturais, religiosas e esportivas foi estabelecida. Rouhani reiterou que negócios de alto risco – como teatros, academias, saunas, salões de beleza e shopping centers – permanecerão fechados “até novo aviso”.
O Irã registrou até então 80.868 casos confirmados de coronavírus e mais de 5.000 mortes.
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