Estima-se que quatro milhões de crianças poderão viver em situação de extrema pobreza nos países do Oriente Médio e Norte da África em um futuro próximo, devido à atual pandemia de coronavírus, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância.
Segundo a Unicef, há mais de 100.000 casos da doença na região e 5.699 mortes até então.
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A Comissão Social e Econômica das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (ESCWA) estimou que aproximadamente 1.7 milhões de pessoas perderão seus empregos em 2020 em virtude da suspensão das atividades econômicas e do fechamento quase completo de empresas e instituições econômicas diante da doença.
Tais estimativas, prosseguiu a Unicef, poderão levar a um aumento de oito milhões de pessoas em condições de pobreza – metade das quais, crianças –, devido à carência de qualquer sistema ou programa de proteção social que acolha as famílias neste momento de crise.
Essa conjuntura em potencial pode levar a um aumento nos índices de trabalho e casamento infantil, além do aumento nas taxas de evasão escolar, como parte dos esforços para complementar as rendas das famílias.
Ted Shaiban, diretor regional da Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, declarou que a região possui o maior número de crianças em situação de carência em todo o mundo, devido aos conflitos e guerras em curso, além dos maiores índices de desemprego entre jovens.
Metade das crianças na região vivem em situação de miséria, à medida que não possuem acesso a serviços básicos, como educação, habitação, alimentação, saúde e saneamento.
A Unicef fez um apelo à comunidade internacional para angariar US$92 milhões a fim de permitir que suas agências possam executar devidamente atividades responsivas em toda a região, como parte dos esforços para combater o covid-19.
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