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Influencer egípcia Haneen Hussam é acusada de ‘depravação’ por vídeo viral no Tik Tok

Haneen Hussam, estudante universitária e celebridade digital do Egito, em 22 de abril de 2020 [Twitter]

Haneen Hussam, estudante universitária e celebridade das redes sociais no Egito, foi presa sob acusações de incitar a “imoralidade” e “depravação”.

No vídeo em questão, Haneen, estudante de arqueologia da Universidade do Cairo que possui mais de um milhão de seguidores no Tik Tok, pediu a mulheres na rede social que compartilhassem um vídeo de si mesmas com o objetivo de recrutá-las a uma agência da plataforma de compartilhamento Likee.

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As mulheres poderiam então promover-se na plataforma conforme contribuição no valor entre US$36 a US$3.000.

Haneen declarou que as mulheres deveriam ter mais de dezoito anos, vestir roupas formais e se comportar de forma decente. A influencer reiterou que as mulheres devem estar completamente vestidas e que não seriam aceitas inscrições sob qualquer comportamento abusivo ou má reputação.

Críticos de Haneen reivindicaram uma investigação conduzida pelas autoridades competentes sobre o vídeo, por supostamente tentar “legalizar a prostituição”.

O apresentador de televisão Nashaat Al-Dihy acusou Haneen de “incitar a depravação” e convocou as autoridades a “preservar a identidade da família egípcia” ao assumir medidas punitivas contra aplicativos de redes sociais como o Tik Tok.

A Universidade do Cairo anunciou que Haneen está sob investigação por “comportamentos inconsistentes com a moral pública, os valores e tradições da universidade”, após reclamações de que a estudante pedia a mulheres que compartilhassem vídeos inapropriados em troca de dinheiro.

Em sua defesa, Haneen afirmou que gravou apenas um videoclipe de três minutos no qual pedia às mulheres para se inscreverem, mas que a plataforma reduziu a dez segundos, tirando seus comentários do devido contexto. Haneen também reiterou que seus pais autorizaram a publicação.

O pai de Haneen declarou em comunicado de imprensa que sua filha é inocente de incitar “depravação” e que seus vídeos estão de acordo com postagens compartilhadas por outras mulheres de sua idade.

Diversas mulheres no Egito foram acusadas de “incitar a depravação” nos últimos anos, como a atriz Rania Youssef, cujo vestido utilizado no Festival de Cinema do Cairo foi condenado por críticos vorazes, em 2018. Cantoras e dançarinas também foram vítimas da acusação à medida que o governo reprime sistematicamente todas as formas de livre expressão, incluindo manifestações artísticas.

Em 2018, o parlamento do Egito aprovou uma lei estipulando que contas e blogs nas redes sociais com mais de 5.000 seguidores fossem tratados como agências de mídia, de modo que seus administradores possam ser processados por publicar “notícias falsas”.

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O governo do Presidente Abdel Fattah el-Sisi mantém controle rigoroso da mídia estatal no país, mas enfrenta dificuldades para controlar a narrativa nas redes sociais, onde é possível ser mais crítico ao regime.

A Autoridade Nacional Reguladora de Telecomunicações do Egito afirma que o uso do Tik Tok no país aumentou 194% desde a imposição do toque de recolher e quarentena, em março deste ano.

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