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Princesa emiradense condena mensagens islamofóbicas de imigrante indiano

Princesa Hend Al-Qassimi dos Emirados Árabes Unidos, em 18 de abril de 2020 [Ittefaque Khan/Facebook]

A princesa Hend Al-Qassimi dos Emirados Árabes Unidos (EAU) denunciou postagens islamofóbicas nas redes sociais feitas por um imigrante indiano que trabalha no país árabe.

“A família real é amiga dos indianos, mas como parte dela, sua grosseria não é bem-vinda”, escreveu Al-Qassimi no Twitter. “Todos os empregados são pagos para trabalhar, ninguém vem de graça. Você ganha seu pão desta terra que desdenha e seu escárnio não passará despercebido.”

A princesa também compartilhou uma seção da lei emiradense que condena o discurso de ódio, conforme reiterou, aplicada tanto a cidadãos do país quanto estrangeiros.

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Na última semana, Al-Qassimi compartilhou capturas de tela de tuítes postados por um usuário identificado como Saurabh Upadhyay, cuja conta foi desativada. Os comentários inflamatórios em questão foram feitos entre o imigrante indiano e outro usuário, em relação a um evento religioso conduzido em Nova Deli, no mês de março, com envolvimento do movimento missionário islâmico Tablighi Jamaat, que supostamente elevou o número de casos de coronavírus na Índia.

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O imigrante indiano alegou que os membros do Jamaat cuspiam nas pessoas “como forma de jihad”, ao descrever o grupo como “terroristas radicais islâmicos”. A princesa utilizou o caso como exemplo: “Qualquer um que seja abertamente racista e intolerante nos Emirados Árabes Unidos será multado e terá de ir embora.”

Al-Qassimi também compartilhou um link na segunda-feira (20) de uma entrevista concedida à emissora indiana NDTV, na qual comentou as postagens ofensivas. Ao reiterar que a postagem não representa o povo indiano, a princesa reconheceu ainda a importância das relações comerciais e diplomáticas com a Índia.

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Uma conta no Twitter administrada por um nacionalista hindu perguntou à princesa emiradense se ela também condenaria a “hindufobia”. Al-Qassimi respondeu ter crescido com compatriotas hindus e que a maioria dos cidadãos emiradenses fala o idioma. “Ninguém odeia os hindus aqui”, enfatizou.

Em outra postagem, a princesa expressou seu amor por filmes de Bollywood e naan de queijo, pão típico indiano, ao mencionar que Índia e Emirados Árabes Unidos são “velhos amigos”.

A Índia – governada pelo Partido do Povo Indiano (BJP), com histórico nacionalista – apresentou um aumento no sentimento anti-islâmico nos anos recentes, incluindo alegações difamatórias de que a população islâmica é responsável pela propagação do coronavírus.

Após tais afirmações serem condenadas pela Comissão Permanente de Direitos Humanos, agência humanitária da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC), o Primeiro-Ministro da Índia Narendra Modi – condecorado em 2019 com a Ordem de Zayed, maior título civil emiradense – declarou em seu Twitter que o país asiático deverá conduzir uma batalha unificada contra a pandemia.

“O covid-19 não enxerga raça, religião, casta, credo, idioma ou fronteiras”, destacou Modi. “Nossa resposta e conduta, portanto, deve ater-se principalmente à unidade e fraternidade. Estamos nessa juntos.”

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