Neste domingo (26), o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu expressou confiança de que o governo do Estados Unidos concederá a Israel seu consentimento para avançar na anexação de fato de partes da Cisjordânia ocupada, dentro de dois meses. As informações são da agência Reuters.
Os palestinos expressaram indignação sobre os planos de Israel para concretizar seu domínio sobre terra expropriada durante a chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967. Os palestinos esperam que o território em questão seja parte de um estado futuro.
Netanyahu, ao anunciar acordo com seu rival centrista Benny Gantz, na última semana, para compor um governo de união nacional, estabeleceu como 1° de julho a data para o início das discussões de gabinete sobre anexação dos assentamentos ilegais judaicos na Cisjordânia ocupada, além da anexação plena da área do Vale do Jordão.
Tal medida dependeria de aprovação de Washington, segundo o acordo Gantz-Netanyahu.
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Em discurso proferido em vídeo a um grupo de cristãos sionistas na Europa, Netanyahu descreveu a “proposta de paz” dos Estados Unidos, anunciada em janeiro pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, como promessa para reconhecer a autoridade de Israel sobre os assentamentos da Cisjordânia.
“Daqui alguns meses, estou confiante de que essa promessa será cumprida”, declarou Netanyahu à Comissão Europeia por Israel.
Oficiais palestinos não comentaram imediatamente sobre a declaração de Netanyahu.
Os palestinos rejeitaram reiteradamente a “proposta de paz” de Donald Trump, em parte porque concede a Israel a maior parte de seus objetivos, após décadas de conflito, incluindo soberania a quase toda a terra ocupada na qual ilegalmente construiu assentamentos.
O Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo afirmou na última quarta-feira (22) que caberia a Israel decidir a anexação de partes da Cisjordânia e que Washington oferecia então seus pontos de vista sobre o caso, em âmbito privado.
Os assentamentos israelenses na Cisjordânia são terminantemente ilegais segundo a Convenção de Genebra, que proíbe a construção sobre terras ocupadas durante guerra.
Israel contesta a lei internacional, ao alegar necessidades de segurança e conexões políticas, históricas e bíblicas com a terra em questão.