Dois bancos no sul e dois bancos no norte do Líbano sofreram danos em ataques separados ocorridos ao longo do fim de semana, à medida que a indignação popular volta a crescer no país, diante da grave crise econômica.
Uma filial do Fransabank em Sídon foi atacada com uma bomba caseira, na madrugada de sábado (25). Outro edifício da instituição financeira Credit Libanais, em Tiro, também foi atacado com coquetéis molotov na manhã de domingo (26).
Protestos em Trípoli, norte do país, ocorreram na noite de domingo e na manhã de segunda-feira, mas detalhes dos ataques permanecem incertos.
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Segundo a agência nacional de notícias NNA, no primeiro ataque, em Sídon, “indivíduos não-identificados atiraram uma granada de mão contra o prédio do Fransabank, localizado na rua Riad al-Solh, o que destruiu a fachada de vidro e o teto falso.”
O ataque ocorreu enquanto o banco estava fechado. A agência de notícias mais tarde reportou que uma investigação foi posta em curso com base em vídeo de duas câmeras de segurança no local, que registraram dois indivíduos do lado de fora do banco no momento da explosão.
Um grupo auto-intitulado “Tribunal da Revolução Armada” assumiu responsabilidade pelo ataque, segundo informações da mídia local.
Outros grupos de protesto, entretanto, rapidamente repudiaram as alegações, com ênfase no compromisso de preservar manifestações pacíficas contra o governo.
Segundo a rede local LBCI TV, o segundo ataque ocorreu quando “indivíduos não-identificados atiraram três coquetéis molotov contra um banco em Tiro”, destruindo parte da fachada de vidro do edifício. Vídeos que circularam nas redes sociais registraram três indivíduos acendendo itens incendiários atirados contra o banco; os indivíduos então deixaram a cena.
Em Trípoli, vídeos dos ataques de domingo capturaram imagens de um grupo de pessoas assistindo o incêndio na fachada do banco por um breve instante. Um segundo vídeo mostra o momento em que um coquetel molotov destrói parte do vidro externo da construção.
Os ataques ocorrem no contexto de uma nova onda de indignação pública generalizada. A lira, moeda do Líbano, está em queda livre há semanas – chegou a perder mais de 60% de seu valor em relação ao dólar.
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A grave crise intensificou-se após um despacho do Banco Central do Líbano determinar proibição de saques em dólar de contas estrangeiras ou transferências internacionais.
A decisão levou manifestantes de volta às ruas, a despeito das ordens de isolamento total em escala nacional, determinadas pelo governo diante da crise de coronavírus. Os manifestantes protestam contra o declínio da economia e das condições de vida no país.
Também criticaram o gerenciamento de crise por parte do Banco Central, pedindo renúncia ou exoneração de Riad Salameh, governador da entidade desde 1993. Protestos acusam ainda bancos privados de manter refém recursos em moeda estrangeira pertencentes ao público.
Muitos libaneses guardaram recursos em moeda estrangeira – em geral, dólares americanos –, como resultado da grande diáspora do país que, até recentemente, submetia às instituições financeiras do Líbano grandes quantidades de dinheiro do exterior.
Desde outubro, no entanto, os bancos passaram a impor controles severos sobre capital, como limites de saques tão baixos quanto US$100 por semana.
Além disso, muitos residentes do Líbano estão impedidos de trabalhar devido à pandemia. Sem qualquer rede de segurança social ou acesso a suas poupanças, centenas de milhares de libaneses estão à margem do desespero.
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