Os Estados Unidos declararam disposição para reconhecer a anexação israelense de grande parte da Cisjordânia ocupada. Porém, reiteraram que o novo governo de união nacional em Tel Aviv deve primeiro negociar com os palestinos.
“Como expressamos de modo consistentemente claro, estamos prontos para reconhecer ações israelenses que estendem a soberania de Israel e aplicam a lei israelense a áreas da Cisjordânia, conforme essa ideia, previstas como parte do Estado de Israel”, afirmou nesta segunda-feira (27) um porta-voz do Departamento de Estado americano.
A medida seria condicionada ao “contexto do governo de Israel concordar em negociar com os palestinos, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Presidente [Donald] Trump”.
Anteriormente, o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu declarou confiança de que os Estados Unidos concederiam sua anuência a Israel dentro de dois meses, para que o estado sionista avance na anexação da Cisjordânia ocupada.
Desde a posse de Donald Trump, seu gabinete de governo reconheceu a soberania israelense sobre todo o território ocupado de Jerusalém e das Colinas de Golã, apesar de violação flagrante da lei internacional e resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Os palestinos expressaram indignação diante dos planos de anexação israelense, ao denunciar que sabotam deliberadamente a solução de dois estados.
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“Israel está explorando o apoio cego e ideológico que possui na Casa Branca para alcançar rapidamente um ponto sem retorno”, afirmou no domingo (26) Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
“As ações de Israel estão destruindo a praticidade e aplicabilidade da solução de dois estados. Determinam um futuro de conflito e sofrimento perpétuos, além de ameaçar os próprios fundamentos e a relevância da lei internacional sobre a paz e segurança mundial,” destacou Ashrawi.
Ministros de Relações Exteriores de diversos países árabes deverão se reunir nesta quinta-feira (28) para debater medidas em potencial para enfrentar os planos israelenses de anexação da Cisjordânia ocupada, reportou a agência de notícias Wafa.
O encontro será realizado via videoconferência e discutirá possibilidades de apoio financeiro, jurídico e político à Autoridade Palestina, a fim de “contestar os planos de Israel”.
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