Rami Makhlouf, empresário e primo do Presidente da Síria Bashar al-Assad reclamou publicamente do aumento de impostos instituídos pelo regime às suas empresas, em nova indicação da gravidade da crise financeira vivenciada pelo regime no país.
Em vídeo divulgado online, o empresário afirmou que o regime exige pagamento de novos tributos da empresa de telefonia Sertil, presidida por Makhlouf.
Makhlouf expressou disposição para pagar a quantia estabelecida pelo regime, mas descreveu a tributação como “injusta”, ao propor um cronograma de pagamentos supostamente para que a empresa não entre em falência e para preservar seus acionistas.
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Nos últimos anos, muitos relatos circularam de disputas entre Makhlouf e o regime, à medida que o empresário parece não conceder o apoio necessário a seu primo diante das reiteradas crises financeiras.
Makhlouf é considerado um dos mais notáveis empresários do regime sírio e beneficiou-se de suas relações com a família Assad para acumular fortuna. O empresário foi um dos mais proeminentes “símbolos de corrupção” atacados pelos protestos populares na Síria, ao eclodir a revolução, em março de 2011.
A economia síria vivencia um declínio significativo desde o início da revolução e das subsequentes operações militares. Destaca-se a grave desvalorização da moeda local: a taxa de câmbio registra algo em torno de 1.300 libras sírias por dólar – antes da revolução, cada dólar valia 50 libras sírias.
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