Bashar al-Assad emite decreto para adiar eleições parlamentares pela segunda vez

Nesta quinta-feira (7), autoridades sírias anunciaram o adiamento das eleições parlamentares marcadas para maio pela segunda vez, sob pretexto de uma série de medidas tomadas pelo governo para combater a pandemia de coronavírus.

Nas redes sociais, declarou o gabinete da presidência síria: “Como parte das medidas preventivas do estado para combater a pandemia de coronavírus, o Presidente Bashar al-Assad emitiu um decreto para postergar as eleições legislativas dos membros da Assembléia Popular para o terceiro mandato legislativo, de 20 de maio para 19 de julho.”

Em março, autoridades sírias adiaram as eleições legislativas pela primeira vez, agendadas para 13 de abril, e marcaram nova data para 20 de maio.

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Até o momento, o governo sírio registrou 44 casos de coronavírus (covid-19) nas áreas sob seu controle, incluindo três mortes. A Administração Autônoma (AA), liderada pelos curdos, no nordeste da Síria, detectou três casos e uma morte.

O governo sírio assumiu diversas medidas em março para conter a doença, mas recentemente decidiu atenuá-las, à medida que a situação econômica no país se deteriorou.

Na última semana, apesar de manter o toque de recolher noturno, o governo decidiu reabrir mercados durante o dia, além de reativar o transporte público entre cidades e campo. Na quarta-feira (6), autoridades sírias anunciaram que universidades e escolas deverão retomar atividades a partir do final de maio.

O Ministério de Recursos Religiosos também informou que, a partir da próxima sexta-feira (15), mesquitas serão reabertas “apenas para as orações de sexta-feira”, conforme “precauções específicas de saúde”.

Na segunda-feira (4), Assad alertou sobre uma potencial “catástrofe real” que poderia exceder as “capacidades logísticas e de saúde” de seu país, caso houvesse um enorme aumento repentino de infecções. O presidente sírio enfatizou que o alívio das medidas preventivas deve ser acompanhado pela imposição de precauções sanitárias, para limitar a propagação do vírus.

Assad também descreveu as dificuldades da quarentena da seguinte maneira: “Todos os cidadãos sírios, em geral e independente de sua classe social, enfrentam dois cenários difíceis: morrer de fome ou pegar a doença”.

A guerra na Síria matou mais de 380.000 pessoas e resultou em mais de meio milhão de deslocados dentro e fora do país. A infraestrutura da nação árabe foi completamente destruída; a economia foi exaurida e diversos setores, devastados. Instalações nacionais de saúde foram severamente danificadas.

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