Nesta segunda-feira (11), o Fundo Monetário Internacional (FMI) reportou que seu conselho executivo aprovou um financiamento emergencial no valor de US$2.77 bilhões ao Egito, com o objetivo de enfrentar a pandemia do novo coronavírus, responsável por suspender o turismo e desencadear uma fuga massiva de capital do país.
Segundo a organização financeira, houve engajamento próximo ao governo do Egito e ao Banco Central do país para manter prontidão a um eventual apoio complementar, conforme necessário.
Geoffrey Okamoto, vice-diretor gerente do FMI, afirmou que o Egito precisará de “apoio rápido adicional” de credores bilaterais e multilaterais, para cobrir o déficit remanescente na balança de pagamentos, atenuar o fardo de sua adaptação financeira ao contexto e preservar a duramente conquistada estabilidade macroeconômica nacional.
LEIA: Hashtag ‘Fora Sisi’ torna-se um dos assuntos mais comentados do Twitter
O Ministério da Saúde do Egito registrou 346 novos casos de coronavírus na segunda-feira. O número total de casos confirmados chegou a 9.746 pessoas e 533 mortes.
A pandemia levou à suspensão de todas as atividades do setor de turismo do Egito, fonte essencial de recursos estrangeiros, além de ameaçar a receita do Canal de Suez e remessas de trabalhadores egípcios no exterior. As reservas internacionais do país caíram de US$45.5 bilhões para US$37 bilhões, desde o fim de fevereiro.
O governo assumiu medidas para conter o surto, incluindo implementação de toque de recolher noturno e fechamento de cafés e mesquitas, mas furtou-se da imposição de um lockdown absoluto, à medida que procura “salvar a economia”.
De acordo com relatos do FMI, o Egito executava um programa econômico bem sucedido antes do surto de covid-19 – doença respiratória causada pelo novo coronavírus. Segundo a entidade, o programa econômico do governo de Abdel Fattah el-Sisi foi responsável por uma “reviravolta extraordinária” nas amplas disparidades domésticas e internacionais do país.
Os novos recursos deverão auxiliar autoridades egípcias a manter os gastos de saúde e proteção social, conceder apoio aos setores econômicos mais impactados e aos grupos mais vulneráveis e conter a queda nas reservas estrangeiras, declarou Okamoto.
LEIA: Egito pede isenção de dívidas e juros ao FMI e Banco Mundial
O oficial do FMI reiterou que as autoridades egípcias mostraram-se plenamente comprometidas com transparência e responsabilidade nos gastos relacionados à crise e que concordaram em divulgar informações sobre planos de compra e contratos concedidos, além de realizar auditorias sobre tais gastos.
Conforme atenuar-se a crise, será importante para o Egito retomar medidas que diminuam seu débito e deem continuidade à implementação de reformas estruturais, concluiu Okamoto.