Um grupo de congressistas republicanos dos Estados Unidos ameaçou a Jordânia com sanções, caso não extradite Ahlam Al-Tamimi, em campanha liderada por uma organização americana de lobby sionista, que exige de Amã a rendição da ex-prisioneira palestina.
Al-Tamimi foi condenada por um bombardeio a uma pizzaria em Jerusalém, em 2001, e foi libertada dez anos depois como parte um acordo coletivo de troca de prisioneiros que assegurou a soltura do soldado israelense Gilad Shalit.
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Em 2013, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos registrou acusações penais contra ela. Quatro anos depois, o FBI colocou a cidadã jordaniana de 40 anos na lista de “mais procurados” e requisitou formalmente sua extradição.
Al-Tamimi pode ser julgada nos Estados Unidos pois duas das vítimas do bombardeio contra o restaurante Sbarro, em Jerusalém, possuíam cidadania americana.
A Jordânia, entretanto, recusou-se a deportar Al-Tamimi ao destacar o fato de que o parlamento ainda não ratificou um tratado de extradição assinado entre as duas nações aliadas. Washington defende que o tratado é válido e, portanto, deve ser cumprido.
A recusa jordaniana é fonte de tensão entre Amã e Washington. Legisladores do reino hashemita exigem que o parlamento nacional rejeite as exigências dos Estados Unidos para extraditar Al-Tamimi.
No início de maio, o congressista Greg Steube, ao lado de seis colegas do Partido Republicano, reiteraram suas demandas pela deportação da ex-prisioneira palestina, em carta entregue à embaixadora jordaniana Dina Kawar.
“Como parlamentares, ver a Jordânia conceder impunidade legal a uma criminosa confessa à medida que rejeita mandados de prisão e pedidos de extradição de seu maior aliado e amigo, os Estados Unidos, representa um cenário bastante preocupante”, escreveu Steube.
A carta ainda ameaçou impor sanções à Jordânia, observando que o congresso americano determinou sanções em dezembro último, aplicadas a “qualquer país que tenha notificado o Departamento de Estado de sua recusa em extraditar aos Estados Unidos indivíduos indiciados por crimes.” A carta insistiu então na ordem de deportação emitida pelos Estados Unidos.
Segundo a agência de notícias Jewish News Syndicate, o grupo de lobby sionista Endowment for Middle East Truth (EMET) está por trás da carta em questão e realiza há algum tempo campanhas intensivas sobre o caso de Al-Tamimi, a fim de conquistar sua extradição.
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