A Comissão de Relações Exteriores da UE poderá impor sanções a Israel se esta implementar seu plano de anexação na Cisjordânia palestina ocupada, revelou Israel Hayom no domingo. Segundo o jornal israelense, uma fonte informada disse que o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, está pressionando por sanções.
Políticos israelenses do novo governo de coalizão, incluindo o líder do Likud, Benjamin Netanyahu, e o líder Azul e Branco, Benny Gantz, se comprometeram repetidamente a anexar grandes partes do território ocupado. De fato, a anexação de assentamentos ilegais de Israel na Cisjordânia faz parte do “plano de paz” do presidente Donald Trump, conhecido como “acordo do século”.
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No entanto, o jornal apontou que todas as principais decisões de política externa da União Europeia só podem ser tomadas por consenso entre os 27 estados membros do bloco. Em caso de votação, Israel acredita que seus aliados, como Hungria, Romênia, Bulgária e República Tcheca, bloquearão qualquer ação punitiva importante que Borrell possa tentar adotar.
Suécia, Irlanda e Luxemburgo podem pressionar por uma resposta mais dura a qualquer anexação, nomeadamente a suspensão do Acordo de Associação UE-Israel, que regula as relações entre Bruxelas e Tel Aviv. Ou pela exclusão de Israel da Horizon Europe, um ambicioso quadro de pesquisa e inovação da UE que deverá ocorrer entre 2021 e 2027. Ou ainda que a UE abandone o acordo de céu aberto com o estado de ocupação, que ainda não foi ratificado.
Todos esses cenários teriam um impacto econômico significativo, disse Israel Hayom. Também alegou que Borrell é conhecido por sua “animosidade” em relação a Israel. Críticos do estado colonial-colonizador acreditam que a isto seguirão acusações de “antissemitismo”.
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