James Cleverly, Ministro do Reino Unido para Oriente Médio e Norte da África, denunciou que os planos israelenses de anexar a Cisjordânia ocupada “contrariam a lei internacional”.
Questionado pelo parlamentar Tommy Sheppard, do Partido Nacional Escocês, se o governo britânico consideraria a medida “ilegal segundo a lei internacional”, Cleverly reiterou que tentar anexar a Cisjordânia somente prejudicará as chances de uma solução de dois estados.
Declarou o ministro: “Nossa posição de longa data é que não apoiamos a anexação de partes da Cisjordânia e … fazê-lo poderá tornar mais difícil uma solução sustentável de dois estados.”
A postura do ministro marca ruptura com o apoio britânico à política internacional dos Estados Unidos. Anteriormente, o governo do Reino Unido expressou preocupação sobre os planos de Israel.
LEIA: Cem anos de vergonha – a anexação da Palestina começou em San Remo
Em janeiro, o Secretário de Relações Exteriores Dominic Raab afirmou: “O Reino Unido tem receios devido aos relatos de possíveis avanços por Israel para anexar partes da Cisjordânia.”
Na segunda-feira (11), uma moção interpartidária proposta pelo parlamentar conservador Crispin Blunt e pelo trabalhista Andy Slaughter, assinada por quarenta outros representantes legislativos, convocou o governo a deixar claro que haverá “consequências graves” à relação entre Israel e Reino Unido, caso a anexação vá adiante.
A moção impôs ao governo reivindicações de “tornar claro a Israel que tal medida terá consequências graves nas relações com o Reino Unido; além de convocar o governo a introduzir sanções similares àquelas impostas à Rússia [pela anexação da Crimeia] no evento da anexação de territórios ocupados.”
Nesta quinta-feira (14), o Secretário de Estado dos Estados Unidos Mike Pompeo concedeu a Israel luz verde sobre os planos de anexar ilegalmente o território ocupado palestino.
No passado, os Estados Unidos apoiaram a anexação ilegal de territórios ocupados por parte de Israel. Em março de 2019, o Presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva reconhecendo a soberania israelense sobre a área ocupada das Colinas de Golã em cerimônia com participação do premiê israelense Benjamin Netanyahu.
As Nações Unidas rapidamente condenaram a medida, ao reiterar que Golã é território ocupado segundo a lei internacional, que sobrepõe, portanto, a ordem executiva do governo americano.
LEIA: Mensagens mostram que Reino Unido reduziu o apoio à AP no ano passado