Jordânia adverte Israel sobre conflitos maciços devido à anexação

O rei jordaniano, Abdullah II, alertou na sexta-feira sobre as consequências da anexação da Cisjordânia por Israel, informou a Agência Anadolu.

“Se Israel realmente anexar a Cisjordânia em julho, isso levará a um conflito maciço com o Reino Hachemita da Jordânia”, disse o rei em entrevista ao Der Spiegel.

“Os líderes que defendem uma solução de um estado não entendem o que isso significará”, disse ele, acrescentando que haverá mais caos e extremismo na região.

Israel prevê fazer a anexação em 1º de julho, conforme acordado entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o chefe do partido Azul e Branco Benny Gantz.

As autoridades palestinas ameaçaram abolir acordos bilaterais com Israel se prosseguir com os planos de anexação, o que prejudicará a solução de dois estados.

LEIA: Como nos tornamos refugiados: O dia em que meu avô perdeu sua aldeia na Palestina

A anexação faz parte do chamado Acordo do Século do presidente dos EUA, Donald Trump, que foi anunciado em 28 de janeiro. Refere-se a Jerusalém como “capital indivisa de Israel” e reconhece a soberania israelense sobre grandes partes da Cisjordânia.

O plano estabelece um estado palestino na forma de um arquipélago conectado por pontes e túneis.

As autoridades palestinas dizem que, de acordo com o plano dos EUA, Israel anexará 30 a 40% da Cisjordânia, incluindo toda Jerusalém Oriental.

O plano atraiu críticas generalizadas do mundo árabe e foi rejeitado pela Organização de Cooperação Islâmica, que instou “todos os Estados membros a não se engajarem nesse plano ou a cooperar de qualquer forma com o governo dos EUA na implementação”.

LEIA: Histórias das netas dos refugiados e seu papel para manter viva a memória da Nakba das avós

Sair da versão mobile