Na manhã de hoje (18), um colono israelense foi declarado culpado de um ataque incendiário que resultou na morte de um casal palestino e seu bebê – o único sobrevivente foi o filho de então quatro anos do casal; porém, com queimaduras e cicatrizes graves decorrentes do crime.
O atentado ocorreu em julho de 2015, ocasião na qual o colono Amiram Ben-Uliel pôs fogo à residência da família Dawabsheh, na aldeia de Duma, Cisjordânia ocupada.
Ali Dawabsheh, de dezoito meses de idade, morreu devido às chamas; seus pais faleceram posteriormente devido aos ferimentos. Ahmed, irmão mais velho de Ali, sobreviveu; porém, com queimaduras graves sobre 80% do corpo.
A investigação sobre o crime revelou evidências de que coquetéis molotov atirados contra um quarto foram responsáveis por iniciar o incêndio.
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Ben-Uliel confessou três vezes ter cometido o crime; entretanto, as duas primeiras confissões foram consideradas inadmissíveis perante júri israelense. A primeira, por ter sido extraída mediante força física; a segunda por ter sido declarada logo após uso de coação semelhante. Eventualmente, uma terceira confissão foi aceita.
A tripla condenação da Corte do Distrito de Lod contra Ben-Uliel, de 25 anos, carrega uma sentença perpétua em potencial, reportou a rede Al-Jazeera.
No entanto, a corte inocentou o réu de filiação a grupo terrorista.
Em resposta ao veredito, Hussein Dawabsheh, avô de Ahmed, relatou: “Sinto que o julgamento foi para os outros, não para mim. Não trará minha filha de volta; seu marido e meu neto não voltarão. Mas não quero que nenhuma criança sofra o que sofreu Ahmed. Vivenciamos um trauma enorme e não nos esqueceremos sequer em cem anos. Não quero que isso aconteça a outra família.”
Em declaração, o serviço de segurança israelense Shin Bet caracterizou a decisão da corte como “importante marco na batalha contra o terrorismo judaico”. Os crimes de Ben-Uliel, alega o comunicado, “atravessam gravemente nossa linha vermelha”.