As autoridades norte-americanas prenderam dois homens na quarta-feira, a pedido do Japão, por suposta ajuda ao ex-CEO da Nissan, Carlos Ghosn, na fuga para o Líbano, confore informou a Agência Anadolu.
Michael Taylor, 59, e Peter Taylor, 27, foram presos por policiais dos EUA em Harvard, Massachusetts, depois que o Japão solicitou sua extradição por ajudar Ghosn a evitar acusações de má conduta financeira que ele estava enfrentando no Japão, disse a porta-voz do Departamento de Justiça Nicole Navas.
Os Taylors devem ser ouvidos por videoconferência em um tribunal federal de Boston na quarta-feira.
Ghosn foi preso no Japão em novembro por acusações de corrupção durante seu mandato como presidente da Nissan japonesa.
Ele foi libertado sob fiança e fugiu no final de dezembro, antes de anunciar publicamente que estava no Líbano. Sua rota para o país do Oriente Médio o levou pelo Aeroporto Internacional Ataturk de Istambul antes de ele chegar a Beirute, a capital libanesa.
LEIA: Presidente da França diz que questionou Japão sobre prisão do empresário Carlos Ghosn
Ghosn manteve sua inocência e disse que fugiu porque estava enfrentando perseguição política e não esperava receber um julgamento justo.
De acordo com documentos do tribunal, Peter Taylor viajou para o Japão três vezes a partir de julho de 2019 e se encontrou com Ghosn pelo menos sete vezes. Em 28 de dezembro, um dia antes da fuga de Ghosn, ele se encontrou com o ex-executivo da Nissan no Grand Hyatt Tokyo por aproximadamente uma hora.
Na tarde seguinte, Ghosn supostamente foi ao quarto de Taylor, trocou de roupa e mais tarde foi recebido no hotel por Michael Taylor e George-Antoine Zayek que viajaram para Tóquio depois de voar para o Aeroporto Internacional Kansai de Osaka com grandes caixas pretas que pareciam ser de equipamentos musicais. Depois de se hospedarem em um hotel em Osaka, eles levaram as caixas para Tóquio de trem.
Depois que os quatro homens se encontraram em um quarto de hotel no Hyatt em 29 de dezembro, Peter Taylor saiu sem os outros e embarcou em um voo para a China, de acordo com documentos do tribunal.
Naquele momento, Ghosn, Michael Taylor e Zayek retornaram ao quarto de hotel em Osaka, e a denúncia criminal sustenta que, quando sairam do quarto de hotel, Ghosn já não era visto com eles e que estaria escondido em uma das duas grandes caixas que os homens carregavam.
A bagagem de Taylor e Zayek passou por uma verificação de segurança sem ser aberta e foi carregada em um jato particular que logo partiu para a Turquia, de acordo com os documentos, baseados em informações fornecidas pelo Japão.
Ghosn anunciou que estava no Líbano dois dias depois, em 31 de dezembro.
LEIA: Funcionário do Japão no Líbano quer a volta de Carlos Ghosn