O governo palestino recusou auxílio médico transportado dos Emirados Árabes Unidos (EAU) via Israel, ao denunciar o caso como tentativa de normalização das relações entre a ocupação e os estados árabes.
O voo, franqueado pela Organização das Nações Unidas (ONU), transportava suprimentos para combate ao coronavírus, fretado pela companhia aérea Etihad, em voo direto do território emiradense a Tel Aviv, medida bastante controversa.
Os Emirados Árabes Unidos não possuem laços diplomáticos com Israel; porém, compartilham preocupações sobre a influência do Irã na região, o que levou a uma aproximação discreta entre o estado sionista e os países árabes, nos anos recentes.
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“As autoridades emiradenses não coordenaram com o Estado da Palestina ao enviar o auxílio”, reportaram fontes do governo palestino. “O povo palestino recusa-se a servir de ponte [para países árabes] normalizarem laços com Israel.”
Os oficiais ainda reafirmaram que qualquer assistência enviada à Palestina ocupada deve ser coordenada primeiro com a Autoridade Palestina. “Enviá-las diretamente a Israel constitui cobertura à normalização”.
Em mensagem compartilhada ontem (20) no Twitter, o Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, condenou duramente o voo comercial entre Emirados Árabes Unidos e Israel como “traição” à causa palestina.
Escreveu: “Hoje, alguns estados do Golfo Persa cometeram a maior traição contra sua própria história e a história do mundo árabe. Traíram a Palestina ao apoiar Israel. Os povos dessas nações suportarão a traição de seus líderes?”
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Today, some Persian Gulf states have committed the biggest treachery against their own history and the history of the Arab world. They have betrayed #Palestine by supporting Israel. Will the nations of these states tolerate their leaders’ betrayal?
— Khamenei.ir (@khamenei_ir) May 19, 2020