Ilhan Omar, representante legislativa dos Estados Unidos pelo estado de Minnesota, denunciou que a política externa do país é influenciada de modo desproporcional por nações estrangeiras como Arábia Saudita e Israel, e que o capital financeiro é fator-chave para esta influência.
Omar concedeu entrevista ao jornal britânico Sunday Times nesta semana, sobre a publicação de seu livro, “This Is What America Looks Like: My Journey from Refugee to Congresswoman” (“Este é o rosto da América: Minha jornada de refugiada a congressista”, em tradução livre).
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A congressista declarou que Israel e Arábia Saudita utilizam seus recursos financeiros e campanhas e grupos de lobby para reprimir críticas contras políticas “destrutivas”.
“Sabemos que a quantidade de dinheiro, influência e conexão que os sauditas possuem sobre nosso governo é a verdadeira razão pela qual tudo de destrutivo que fazem é ignorado”, afirmou Omar. “E isso não é diferente do que ocorre com Israel”.
Através da presidência de Donald Trump, Arábia Saudita e Israel utilizam cotidianamente suas vantagens financeiras e relacionamentos privados para impor diretrizes ao atual governo dos Estados Unidos, a fim de impactar significativamente sua política externa.
Como resultado, os Estados Unidos de fato demonstraram vista grossa diante de certas ações de Israel, como a expansão dos assentamentos na Cisjordânia ocupada, ou da Arábia Saudita, como a participação do reino no assassinato do colunista Jamal Khashoggi, em 2018.
Prosseguiu Omar: “Há uma conexão alarmante a verdadeiras políticas destrutivas propostas por Israel e o quanto destas é automaticamente carimbado por nosso governo. E o quanto disso é demanda de indivíduos que possuem conexões e influência sobre a administração.”
Omar é constantemente difamada por suas críticas ao papel de Israel e do lobby israelense sobre a política dos Estados Unidos, que aumentou ainda mais durante a presidência de Trump. Com efeito, a congressista muçulmana tornou-se alvo de retaliações severas, como ameaças de morte, ao ponto de um candidato republicano realizar um apelo público para que fosse enforcada.
Em entrevista, Omar contrapôs sua crítica a Israel à sua própria crítica a Arábia Saudita. “Quando falo sobre o dinheiro saudita manchado de sangue e como trata-se de um governo aproveitador, ninguém diz ‘isto é islamofóbico’”, argumentou a congressista.
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