O Ministro de Relações Exteriores da Jordânia Ayman al-Safadi alertou que os planos israelenses de anexar grandes porções da Cisjordânia ocupada marcará nova violação da lei internacional, em prejuízo à paz regional, além de institucionalizar o apartheid. As informações são da agência de notícias jordaniana Petra.
Al-Safadi reivindicou de Nickolay Mladenov, enviado da ONU para o Oriente Médio, que aja efetivamente para “impedir a anexação ilegal de terras palestinas” e destacou a necessidade de “criar um novo horizonte para resolução do conflito [Israel-Palestina], com base na solução de dois estados.”
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O chanceler jordaniano prosseguiu: “A decisão matará a solução de dois estados, incitará o conflito e tornará a alternativa de estado único o resultado inevitável, sobre a qual o mundo não poderá permanecer em silêncio, em particular, diante da institucionalização do apartheid e do racismo.”
Mais tarde, Mladenov afirmou em seu Twitter que encontrou-se com o Ministro de Relações Exteriores do Egito Sameh Shukri. O representante da ONU relatou conversa com Shukri e Al-Safadi “sobre a necessidade de ajudar todos os lados a engajar-se na resolução do conflito, com base na solução de dois estado e impedir danos [decorrentes] de ações unilaterais.”
Al-Safadi reportou ao oficial da ONU sobre medidas do governo jordaniano para formular uma postura clara, prática e internacional, como parte de uma série de esforços voltados a impedir a implementação do plano israelense.
O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu anunciou que pressionará pela anexação já no início de julho.
Na segunda-feira (25), ao descrever o plano como uma das principais tarefas do novo governo, Netanyahu declarou a parlamentares de seu partido Likud que Israel não deverá perder a “oportunidade histórica” de estender soberania a partes da Cisjordânia.
Anexação de território tomado em situação de guerra é ilegal, segundo a lei internacional. O projeto israelense de expropriar ainda mais terras do território palestino ocupado incitou críticas de blocos majoritários da comunidade internacional. A União Europeia ameaçou sanções.
Ainda não é certo se tais ameaças representam apenas jogo retórico diante do público, dado o duradouro desenvolvimento de laços comerciais e outras relações entre o bloco europeu e a ocupação israelense, no decorrer da história.
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