Na terça-feira (2), o Ministro de Relações Exteriores da Jordânia Ayman Safadi alertou a possibilidade de graves consequências em termos de sua relação com Tel Aviv e acordos de paz regional, caso Israel de fato anexe partes dos territórios ocupados da Cisjordânia e Vale do Jordão. As informações são da agência Anadolu.
Segundo comunicado do Ministério de Relações Exteriores da Jordânia, o chanceler participou por videoconferência de uma reunião de gabinete no Comitê de Articulação Ad Hoc (AHLC), entidade de assistência internacional ao povo palestino.
Safadi afirmou que impedir a anexação israelense da Cisjordânia significa proteger a paz:
Nossa mensagem deve ser clara. A decisão israelense de anexar não será ignorada. Caso a decisão da anexação seja aplicada, um conflito violento deverá ter início e a alternativa de dois estados se tornará impossível. Oportunidades abrangentes de paz serão destruídas.
Espera-se que Israel comece a executar os planos de anexação a partir de 1° de julho, conforme acordo entre o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e seu ex-rival e agora aliado Benny Gantz, chefe do partido Azul e Branco (Kahol Lavan).
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O plano é parte do chamado “acordo do século” anunciado em 28 de janeiro pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump. A proposta refere-se a Jerusalém como “capital indivisível de Israel” e reconhece a soberania israelense sobre amplas porções da Cisjordânia ocupada.
O plano sugere o estabelecimento de um estado vestigial palestino, na forma de arquipélago conectado por pontes e túneis. Oficiais palestinos afirmam que, sob a proposta de Trump, Israel deverá anexar entre 30% e 40% da Cisjordânia, inclusive Jerusalém Oriental.