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Monitor do Oriente Médio discute mídia e violência de estado dia 15

Narrativas que selecionam, escondem, justificam, minimizam ou distanciam os fatos da percepção da realidade próxima são comuns às coberturas da ação violenta dos governos. O que há em comum entre o Brasil e a Palestina ocupada?
Monitor do Oriente Mèdio discute mídia e violência de estado dia 15 [Monitor do Oriente Mèdio]
Monitor do Oriente Mèdio discute mídia e violência de estado dia 15 [Monitor do Oriente Mèdio]

A cobertura e o controle da mídia refletem o grau de democracia de uma sociedade. Não é preciso investigar para ver que o controle, no Brasil, é ultra concentrado. Poucas mídias comandam toda propriedade cruzada de produtoras e distribuidoras de conteúdo, mídias radiofônicas, estrutuas transmissoras, jornais e revistas, portais de internet, serviços de TV a cabo e telecomunicação, e redes de emissoras e cadernos regionais afiliados pelo país.

Correspondendo ao grau de concentração da renda, da terra, e do poder financeiro, a mídia sob poucas mãos expressa essa visão, adaptada e popularizada segundo o padrões de “democracia” vendidos à classe média e impostos às classes populares.

Nesse cenário, a violência de estado é retratada como um fato externo à vida real. A menos que afete interesses em disputa entre as próprias elites ou que a população indignada saia às ruas para tensionar a ordem dominante. No entanto, para que esta tensão aconteça, é preciso a violência seja conhecida. Portanto, divulgada, e não como um fato estranho à vida de quem o acompanha pela TV.

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A narrativa modulada conforme o os interesses em jogo. [Carlos Latuff/ Monitor do Oriente Médio]

A narrativa modulada conforme o os interesses em jogo. [Carlos Latuff/ Monitor do Oriente Médio]

Esta leitura seletiva da atuação do estado é promovida pela mídia brasileira minimizando ou ignorando violências policiais contra os habitantes das favelas e periferias, população negra – especialmente a juventude e a população indígena que luta por seus territórios. E busca impedir com isso que a reação aconteça no conjunto da sociedade.

O mesmo tipo de controle passou a acontecer nas redes sociais, onde os algorítimos estabelecem padrões do que as corporações entendem por democracia, e a mercantilização dos espaços e uso malicioso de robôs determina o alcance dos conteúdos..

Do mesmo modo, o Estado de Israel, que vende pela mídia a imagem de democracia no Oriente Médio, ameaçada pelo terrorismo, necessita do controle e vigilância da mídia para alimentar essa fantasia, de um lado e para maquiar ou esconder a violência da ocupação, de outro.

Para além das mídias comprometidas com a causa palestina, não circulam as informações sobre as prisões sem mandato, a demolição das casas, o afundamento dos poços, as práticas de punição coletiva adotadas pelo Estado de Israel e ignoradas pelo seu judiciário. A própria violência da ocupação, a expansão dos assentamentos ilegais, a promessa anexação das terras palestinas, e a tomada de Jerusalém são intitulados na mídia como “plano de paz”, que busca resolver o problema da causa palestina expulsando os palestinos.

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A narrativa da mídia frente à violência de estado necessita ser debatida e confrontada, seja pelo questionamento do controle concentrado dos meios de comunicação e da mercantilização do alcance das redes sociais, seja pela criação e ocupação das novas mídias. Mas especialmente é vital para a democracia que o controle e manipulação sejam debatidos, percebidos e confrontados pela sociedade, de modo a recusar a cobertura seletiva da violência do estado e de suas causas. A mídia que trata de maquiá-las é mais uma violência contra a sociedade.

Ó primeiro debate organizado pelo Oriente Médio Sobre em formado de live sobre o tema: Brasil e Palestina ocupada – a narrativa da mídia frente à violência de estado, reunirá três visões importantes sobre o tema, mediado a partir de um olhar sobre os desafios da comunicação Gizele Martins é jornalista, escritora, autora do livro livro “Militarização e censura – A luta por liberdade de expressão na Favela da Maré”. Jeferson Choma, jornalista do Opinião Socialista, é pesquisador dedicado aos temas da Amazônia e os povos da floresta. Bruno é cientista político dedicato aos temas do Oriente Médio e articulista do Monitor do Oriente Médio e diversas mídias sociais. O debate será mediado por Rita Freire, jornalista da rede ciranda.net, editora do Monitor do Oriente Médio.

A live será realizada no dia 15 de maio, às 10h, transmitida  pelo nossa paguna no facebook (https://www.facebook.com/monitordooriente/).

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