A Noruega, que preside um grupo de doadores internacionais aos palestinos, instou Israel na terça-feira a não anexar partes da Cisjordânia ocupada.
A Noruega lidera o Comitê de Ligação Ad Hoc (AHLC), que se reuniu na terça-feira para discutir o plano de Israel de estender sua soberania aos assentamentos judaicos ilegais e ao vale do Jordão na Cisjordânia, territórios que pertence aos palestinos em busca de um estado.
“Qualquer passo unilateral seria prejudicial ao processo (de paz), e a anexação seria uma violencia direta e uma violação do direito internacional”, disse a ministra das Relações Exteriores IIne Marie Eriksen Soereide à Reuters após a reunião.
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A Noruega ajudou a intermediar os Acordos de Oslo de 1993 e 1995, que previam um autogoverno palestino interino e limitado nos territórios ocupados e iniciaram um processo de paz de longo prazo agora moribundo.
Soereide disse que conversou na terça-feira com seu colega israelense, Gabi Ashkenazi, para instar Israel a retomar as negociações diretas com os palestinos e evitar movimentos unilaterais.
“Isso prejudicaria o potencial de uma solução de dois estados”, disse ela.
A reunião da AHLC também instou os doadores a cumprirem seus compromissos financeiros com a Autoridade Palestina e a agência de ajuda palestina das Nações Unidas para ajudar a combater a propagação do novo coronavírus.
As autoridades de saúde da Cisjordânia relataram 388 casos de coronavírus com duas mortes na segunda-feira, enquanto em Gaza, 61 casos e uma morte foram registrados.
Soereide elogiou a cooperação entre Israel e os palestinos na questão, bem como entre os palestinos e as Nações Unidas, mas alertou que a falta de testes significa que os números podem ser maiores.
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