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Massacre de Rabaa representa o ‘pior assassinato em massa’ no Egito moderno

11 de junho de 2020, às 12h42

Homem egípcio em desespero durante violenta repressão das forças de segurança do país ao protesto pacífico na Praça Rabaa al-Adawiyya, Cairo, capital do Egito, 14 de agosto de 2013 [Mohammed Elshamy/Agência Anadolu]

A organização internacional Human Rights Watch (HRW) reportou que o massacre na Praça Rabaa al-Adawiyya, executado contra manifestantes civis pelo Exército do Egito, permanece como o pior assassinato de massa na história moderna do país, reportou a rede New Khalij.

Segundo declaração pública, o grupo de direitos reivindicou reiteradamente uma investigação internacional sobre massacre. Também demanda de autoridades judiciais de outros países que investigue os eventos de 14 de agosto de 2013, no Cairo, a fim de indiciar devidamente os responsáveis. Há ainda apelos para julgar a tortura sistemática e a política de assassinatos extrajudiciais de manifestantes.

O Human Rights Watch enfatizou que nenhum oficial do governo ou segurança foi investigado ou indiciado no Egito, após o massacre, que resultou em aproximadamente 1.000 mortos e 4.000 feridos. Muitos sobreviventes do brutal ataque militar foram condenados à morte ou sentenças severas após “julgamentos injustos”, segundo a entidade.

Em agosto de 2013, o Egito vivenciou um de seus mais brutais massacres; foram 1.000 mortos e 800 detidos – ninguém foi responsabilizado

Em agosto de 2014, a organização publicou descobertas de uma investigação abrangente sobre o massacre de Rabaa, após um ano de inquérito. Concluiu: “Os assassinatos não apenas representam violações graves da lei humanitária internacional, mas também prováveis crimes contra humanidade, dada sua natureza generalizada e sistemática; evidências sugerem que os assassinatos foram parte de uma política deliberada.”

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