Os EUA concordaram em reduzir suas forças no Iraque nos próximos meses, informou hoje um comunicado conjunto divulgado pelos dois governos.
Lançada no final do diálogo estratégico realizado entre os dois países por videoconferência ontem, a declaração dizia: “Os EUA também continuarão a dialogar com o governo de Bagdá sobre o status das forças remanescentes”.
A medida surge à luz do desenvolvimento de relações bilaterais de segurança baseadas em interesses mútuos.
O acordo, no entanto, não descreveu detalhes sobre quantas tropas permaneceriam e durante quanto tempo as outras seriam retiradas.
Segundo o comunicado, os EUA afirmaram que não buscam nem exigem bases ou presença militar permanente no Iraque, como foi acordado no Acordo-Quadro Estratégico de 2008 entre os dois países.
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O governo iraquiano, por sua vez, prometeu “proteger as forças militares da coalizão internacional e as instalações iraquianas que as hospedam”.
Os EUA afirmaram seu apoio ao Iraque e seu novo governo e prestaram assistência na implementação de seu programa de reformas.
O comunicado também acrescenta que os EUA fornecerão assessores econômicos a Bagdá para trabalhar diretamente com o governo.
Por seu turno, o primeiro-ministro iraquiano Mustafa Al-Kadhimi disse: “A retirada americana do Iraque foi confirmada para todos os presentes e que não há regras”.
Ele confirmou à Agência de Notícias oficial do Iraque que “o diálogo estratégico entre os dois países estava alinhado com a decisão do parlamento de retirar as forças americanas”.
As tropas dos EUA estão estacionadas no Iraque desde que invadiram o estado rico em petróleo em 2003. Embora seus números tenham flutuado, não está claro quantos militares residem no estado do Golfo. Eles mantiveram uma presença no estado no âmbito da ofensiva liderada por Washington contra o Daesh.
Mais de dois anos e meio após a “vitória” da coalizão sobre o Daesh, milhares de soldados americanos permanecem no país e isso fará parte das negociações.
Após cerca de 30 ataques com mísseis contra os interesses dos EUA no Iraque e o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani e vice-presidente das Forças de Mobilização Popular (PMF), Abu Mahdi Al-Muhandis, no início de janeiro, o sentimento antiamericano está aumentando.
No início deste ano, parlamentares iraquianos votaram pelo fim da presença de forças estrangeiras no país, colocando a presença dos EUA sob ameaça.