O Primeiro-Ministro da Tunísia Elyes Fakhfakh declarou neste domingo (14) que o país não deverá mais recorrer à dívida externa e que todos os gastos orçamentários serão financiados apenas por empréstimos internos. As informações são da agência Reuters.
Fakhfakh afirmou que congelará aumentos salariais no funcionalismo público devido ao estado crítico das finanças nacionais, deterioradas ainda mais pela crise do coronavírus.
A medida pode levar a um conflito com o Sindicato Geral Tunisiano (UGTT). O provável repúdio da poderosa entidade trabalhista do país deverá levar a protestos e greves.
A economia da Tunísia precisa de 4.5 bilhões de dinares (US$1.59 bilhões) adicionais na forma de empréstimos devido à pandemia. O governo buscará tais valores no mercado local, segundo o premiê tunisiano.
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“A dívida externa atingiu níveis perigosos, ao chegar então a 60% do PIB, comparados a 30% em 2013; decidi manter desta forma”, anunciou Fakhfakh em entrevista à emissora Attessia TV.
A Tunísia espera que sua economia encolha em até 4.3% em 2020, maior queda registrada desde a independência, em 1956.
Recursos do turismo caíram em aproximadamente 50% nos primeiros cinco meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2019. Os resorts e hotéis tunisianos, habitualmente abarrotados de turistas ocidentais, ficaram vazios.
“As finanças do estado estão em situação bastante crítica; não podemos continuar com a abordagem de aumentar salários”, concluiu Fakhfakh.