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Ex-comandantes das Forças de Defesa de Israel recusam-se a supervisionar a anexação

Forças israelenses em Jaffa, 12 de junho de 2020 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]
Forças israelenses em Jaffa, 12 de junho de 2020 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Segundo relatos, ex-comandantes na reserva das Forças de Defesa de Israel (FDI) rejeitaram o papel de supervisionar a anexação israelense de grandes partes da Cisjordânia ocupada. A missão foi oferecida pelo Ministro da Defesa Benny Gantz aos ex-generais da FDI Roni Numa, Avi Mizrahi e Yaacov Ayish.

Segundo o jornal Times of Israel, os oficiais recusaram o trabalho devido a relações com empresas privadas na indústria de segurança, que poderiam criar conflito de interesse sobre a questão.

Como resultado, não há ainda qualquer quartel-general oficial para analisar as consequências de “aplicar soberania” aos territórios palestinos ocupados previstos na anexação. Tampouco há trabalho de campo em estado de preparação sobre as eventuais reações na Cisjordânia ocupada e Faixa de Gaza sitiada, e mesmo no Egito e Jordânia.

LEIA: Anexação israelense prejudica estabilidade no Oriente Médio, alerta Rei da Jordânia

Embora o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu pressione para avançar com a anexação, Gantz destacou a necessidade de chegar a um consenso com os países árabes que possuem laços com Israel, isto é, Egito e Jordânia.

O governo israelense planeja anexar ilegalmente o Vale do Jordão e assentamentos coloniais na Cisjordânia a partir de 1° de julho. Estimativas palestinas indicam que o plano deverá cobrir mais de 30% da Cisjordânia ocupada.

Em resposta ao anúncio israelense, a Autoridade Palestina declarou não estar mais vinculada a qualquer acordo assinado com Israel, incluindo acordos referentes à cooperação de segurança.

Líderes mundiais condenaram universalmente os planos de anexação israelenses. Políticos dos Estados Unidos assumiram medida sem precedentes, ao sugerir que os dois pilares das relações israelo-americanas – isto é, segurança nacional e apoio suprapartidário pelo Capitólio – serão definitivamente prejudicados.

O Primeiro-Ministro do Reino Unido Boris Johnson afirmou na terça-feira (16) que qualquer tentativa de anexar a Cisjordânia representaria “violação da lei internacional”. Entretanto, não esclareceu como seu governo planeja reagir caso Israel de fato avance com os planos coloniais, ao anexar os territórios em questão.

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