Maria Zakharova, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, refutou na última quarta-feira (17) relatos da imprensa israelense de que o presidente Vladimir Putin, em 2016, protegeu Israel de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, promovida pelo então presidente americano Barack Obama, que forçaria o estado sionista a reconhecer um estado palestino conforme as fronteiras de 1948. As informações são da rede de notícias russa TASS.
Zakharova descreveu a reportagem israelense como “totalmente absurda”, ao alegar que a Rússia reconhece um estado palestino com fronteiras anteriores a 1967, desde 1988, e reiterar o apoio russo a negociações diretas para a solução de dois estados. Deste modo, segundo Zakharova, seria “inacreditável” qualquer oposição russa a uma resolução do tipo.
Em 15 de junho, o jornal Israel Hayoum reportou que a Rússia contestou potencial resolução do Conselho de Segurança da ONU, cogitada pelo governo Obama, cujo propósito era propor parâmetros para um acordo de paz e pelo fim do conflito.
O jornal baseou-se em registros de conversas telefônicas, recentemente tornadas públicas, entre Michael Flynn, ex-conselheiro do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, e Sergey Kislyak, embaixador da Rússia nos Estados Unidos.
Após ser informado de detalhes da resolução proposta pelos Estados Unidos, em novembro de 2016, o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu telefonou a Vladimir Putin e alegou que tal plano prejudicaria a estabilidade regional e Israel.
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O jornal prosseguiu ao dizer que Netanyahu pediu a Putin para ameaçar com veto o avanço da resolução. Entretanto, Putin preferiu não se comprometer.
Dois meses antes do fim de seu mandato, Obama desenvolveu outra resolução que forçaria Israel a aceitar um estado palestino conforme as fronteiras de 1948. Novamente, Netanyahu buscou ajuda de Putin, sob as mesmas justificativas.
Desta vez, segundo os relatos, Putin mostrou-se convencido e assentiu que, caso a resolução fosse votada, a Rússia imporia seu poder de veto, pressionando Obama a abandonar o plano de reconhecimento do estado palestino.