Neste domingo (21), Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU) declararam apoio aos comentários do Presidente do Egito Abdel Fattah el-Sisi sobre a Líbia, segundo informações da Anadolu.
“A Arábia Saudita está ao lado do Egito sobre o direito de proteger suas fronteiras e seu povo”, reportou em comunicado a agência de notícias estatal do país.
O Ministério de Relações Exteriores dos EAU também anunciou apoio a todas as eventuais ações do Egito com o intuito de garantir sua própria estabilidade e segurança.
No sábado (20), em Matrouh, perto da fronteira com a Líbia, Sisi indicou a possibilidade de enviar “missões militares externas, caso necessário”. Prosseguiu: “Qualquer intervenção direta sobre a Líbia já tornou-se legítima internacionalmente”.
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O presidente egípcio alegou que seu exército “está preparado para executar qualquer missão dentro de nossas fronteiras e, caso necessário, para além de nossas fronteiras”.
“Sirte e Jufra são as linhas vermelhas”, pontuou Sisi.
“Qualquer interferência direta do Egito [na Líbia] adquire agora legitimidade internacional, seja por direito a autodefesa, seja a pedido da única autoridade eleita de modo legítimo na Líbia, isto é, a Câmara dos Representantes [Tobruk].”
A Organização das Nações Unidas (ONU), entretanto, reconhece o governo chefiado por Fayez al-Sarraj, sediado em Trípoli, capital do país.
Após a deposição do ex-ditador Muammar Gaddafi, em 2011, a Líbia entrou em guerra civil. Dois centros de poder emergiram no país: o Governo de União Nacional, apoiado pela ONU, na capital, e o chamado Exército Nacional da Líbia, comandando pelo general Khalifa Haftar, no leste do país, com apoio de diversos patrocinadores estrangeiros.
O governo central lançou a chamada Operação Tempestade de Paz contra Haftar, em março último, a fim de reagir aos ataques contra Trípoli. Recentemente, a operação recapturou localidades estratégicas no país, incluindo Tarhuna, última posição do general dissidente no oeste da Líbia.
O governo líbio condena o apoio militar dos Emirados Árabes Unidos, Egito, França e Rússia aos ataques das milícias de Haftar sobre Trípoli, executados desde 4 de abril de 2019.
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