Forças de segurança do Egito prenderam o ativista de direitos humanos Ahmed Amasha, desaparecido há sete dias. No Facebook, seu filho Muhammed denunciou a prisão em 18 de junho e relatou que sua família não tem conhecimento da localização do pai.
Sua nora reportou nas redes sociais que Amasha estava ativamente engajado em questões de direitos humanos e ambientais, como liderança do sindicato nacional de veterinários.
O ativista era parte de uma campanha internacional para que as autoridades do Egito fechassem a Prisão do Escorpião, penitenciária notória por casos sistemáticos de tortura.
Amasha foi cofundador da Liga para Famílias dos Desaparecidos, que fornece apoio jurídico a famílias de cidadãos desaparecidos à força e organiza campanhas de imprensa pelas vítimas.
É também membro do movimento de oposição Kefaya.
Amasha, de 57 anos, já fora preso em março de 2017 e desaparecido por 21 dias, quando então foi dispensado na frente da promotoria de segurança pública do estado, em 1° de abril daquele ano.
Foi então indiciado por filiar-se a um grupo ilegal e mantido sob detenção preventiva até sua soltura. Na ocasião, fez um discurso na corte no qual relatou receios de que voltasse a ser desaparecido sob outra acusação, após sofrer grave tortura pela primeira vez.
Amasha solicitou ser mantido na prisão, para que não voltasse a ser abduzido e torturado pelas forças de segurança, sem qualquer monitoramento. Requisitou ainda que sua família pudesse trazer-lhe remédios, pois temia por sua saúde, após oficiais do estado negarem acesso a exames e tratamento.
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