A organização humanitária Anistia Internacional exortou autoridades do Egito a protegerem a jornalista detida Nora Younis de provável “tortura e maus tratos”. Younis, editora-chefe da rede Al Manassa, foi presa na quarta-feira (24), em seu lugar de trabalho, no sul do Cairo, segundo colegas e advogados.
A organização internacional convocou autoridades que “permitam a Younis contactarsua família e advogado, imediatamente, e protejam-na de tortura e maus tratos.”
Segundo a entidade: “Younis foi presa em seu escritório no Cairo, dentro do contexto da última campanha de prisões lançada por autoridades egípcias contra a imprensa independente.”
“Oficiais de polícia alegaram que estavam checando licenças de pertences eletrônicos no local de trabalho dos jornalistas, mas não apresentaram qualquer mandado de busca ou prisão, quando levaram Younis em um miniônibus à Delegacia de Polícia de El-Maadi.”
Ontem (25), promotores egípcios determinaram a soltura de Younis sob fiança, à espera de inquérito sobre as acusações de administrar website sem permissão.
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A rede Ahram Online reportou: “Conforme declaração da promotoria, Younis é acusada de criar uma plataforma para cometer e facilitar comissão de crime cibernético previsto na lei, ao possuir software não autorizado e violar os direitos de propriedades intelectuais e financeiros do titular do software.”
A fiança imposta a Younis foi determinada no valor de 10.000 libras egípcias (US$600).
Desde o golpe de 2013, quando o então Ministro da Defesa Abdel Fattah el-Sisi consolidou o poder como presidente, a liberdade de imprensa no Egito se deteriorou exponencialmente.
O Egito é um dos países com maior número de jornalistas presos. A organização Repórteres Sem Fronteiras de proteção a jornalistas e profissionais de imprensa classificou o Egito em 163° lugar, entre 180 países, no Índice de Liberdade de Imprensa.
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