Um grupo colonial de direita em Israel enfim declarou-se vitorioso em uma batalha legal sobre uma propriedade cristã palestina, localizada no território ocupado de Jerusalém Oriental. Os colonos receberam posse de terras e propriedades palestinas pertencentes ao Patriarcado Greco-Ortodoxo.
Conhecida como Ateret Cohanim, a entidade colonial judaica angariou êxito na Suprema Corte de Israel, apesar de acusações de que recursos impróprios foram utilizados para pagar pela compra em questão, em 2004. A aquisição foi contestada por palestinos e religiosos.
O Ateret Cohanim “busca aumentar a presença judaica na Cidade Velha” e alegou ter adquirido três edifícios, incluindo dois hotéis pertencentes à comunidade cristã. A venda da propriedade em questão incitou forte oposição entre membros da igreja local, resultando na deposição sem precedentes do então Patriarca Irineos I.
Em contestação jurídica à venda, uma petição foi lançada pela própria igreja alegando que a negociação sobre a propriedade baseou-se em propina. Oficiais religiosos que referendaram o acordo foram acusados de corrupção e fugiram do país imediatamente após a assinatura.
A Suprema Corte de Israel, no entanto, rejeitou o recurso apresentado pelo novo Patriarcado, ao argumentar que a igreja não foi capaz de apresentar provas suficientes de que o acordo foi promulgado de modo fraudulento.
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Apesar de reconhecer que há “sombras e lacunas no processo que levaram à assinatura dos acordos”, a Corte determinou que a igreja não cumpriu sua prerrogativa de provar a nulidade do contrato.
A Corte também rejeitou as alegações da igreja de que os edifícios foram vendidos por valor bastante abaixo do preço de mercado e que indivíduos associados com a instituição receberam fundos do Ateret Cohanim fora da transição formal.
A decisão desta quarta-feira (25), deixa o Patriarcado Greco-Ortodoxo sem fundamentos legais sobre os quais possa impedir a transferência de posse da propriedade.