Um oficial que desertou da Divisão Geral de Inteligência do regime sírio de Bashar al-Assad compareceu diante da corte alemã em Koblenz, como testemunha no caso de Anwar Raslan, acusado de crimes contra a humanidade. As informações são do jornal alemão Süddeutsche.
Segundo a reportagem, o promotor afirmou que há possibilidade da testemunha ser julgada por perjúrio, pois a informação apresentada antes contradiz em absoluto o que relatou na corte, nesta quarta-feira (24).
Previamente, a testemunha declarou que trabalhava com Eyad al-Gharib, oficial que também é réu no caso de Raslan, quando Eyad disparou munição real contra manifestantes pacíficos. No tribunal, a testemunha negou ciência sobre o incidente supracitado.
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O juiz sugeriu que a testemunha fora ameaçada pela família de Gharib, em coação para alterar sua declaração.
Raslan é ex-coronel do Exército da Síria, acusado de envolvimento no assassinato de 58 manifestantes em 2011 e tortura de 4.000 outras vítimas no centro de detenção de Al-Khatib, em Damasco, capital da Síria.
Raslan (57) e Gharib (43) são julgados sob princípio de jurisdição universal, o qual permite um país estrangeiro a indiciar e condenar réus por crimes de lesa-humanidade.
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