Taher el-Sonni, representante permanente da Líbia na ONU, reivindicou neste sábado (27) a imposição de sanções contra mercenários russos e milícias sudanesas que operam no país norte-africano.
Na sexta-feira (26), mercenários do grupo russo Wagner e da milícia sudanesa Janjaweed invadiram o campo de petróleo de el-Sharara, para obstruir acesso de especialistas ao local, segundo a Corporação Nacional de Petróleo da Líbia.
“Dado que o Conselho de Segurança da ONU fracassou ao sancionar indivíduos e mercenários como Wagner e Haftar, que violam todas as resoluções, União Europeia e Estados Unidos deveriam agir por si e congelar recursos, como é feito contra qualquer organização terrorista, para responsabilizar quem as financia”, escreveu el-Sonni em sua página do Twitter.
“Vimos ações rápidas antes contra outros que representavam menos ameaça”, reiterou.
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O campo de el-Sharara produz mais de 300.000 barris de petróleo cru por dia, o que compõe aproximadamente um terço da produção nacional da Líbia. O campo retomou atividades em 7 de junho, após hiato de meses, que causou bilhões de dólares em prejuízo.
Ainda ontem, a Embaixada dos Estados Unidos na Líbia condenou a ocupação do campo de petróleo pelo grupo Wagner e outros mercenários estrangeiros, como parte de “campanha com apoio internacional sem precedentes, com o intuito de prejudicar o setor energético da Líbia.”
A Líbia possui as maiores reservas de petróleo cru do continente africano, mas nove anos de conflito e violência, desde a deposição do ditador Muammar Gaddafi, em 2011, deterioraram a capacidade nacional de produção e exportação.
O Governo de União Nacional da Líbia, reconhecido pela ONU, está sob ataque de milícias comandadas pelo general renegado Khalifa Haftar desde abril de 2019. Mais de 1.000 pessoas foram mortas nos conflitos.
Em março, o governo lançou a chamada Operação Tempestade de Paz para contra-atacar as forças de Haftar na capital Trípoli. Recentemente, recapturou localidades estratégicas, incluindo a base área de Al-Watiya e a cidade de Tarhuna, considerados duros golpes a Haftar.