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Unicef alerta que 2.4 milhões de crianças podem morrer de fome no Iêmen

Criança desnutrida recebe tratamento no hospital Sabeen, em Sanaa, capital do Iêmen, 7 de outubro de 2019 [Mohammed Hamoud/Agência Anadolu]
Criança desnutrida recebe tratamento no hospital Sabeen, em Sanaa, capital do Iêmen, 7 de outubro de 2019 [Mohammed Hamoud/Agência Anadolu]

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) relatou na sexta-feira (26) que o número de crianças sob situação de desnutrição grave no Iêmen pode chegar a 2.4 milhões de vítimas até o fim deste ano, devido à falta severa de financiamento a operações de apoio humanitário.

O relatório da Unicef alertou para aumento de 20% no número de crianças desnutridas, abaixo da idade de cinco anos, o que deverá corresponder a quase metade do total de crianças iemenitas nesta faixa etária.

“Se não recebermos financiamento urgente, as crianças continuarão à margem da fome e muitas poderão morrer”, enfatizou Sara Beysolow Nyanti, representante da Unicef no Iêmen.

A ONU já declarou não possuir recursos suficientes para manter o fluxo de assistência ao país do Oriente Médio. Uma conferência de doadores, realizada neste mês, conseguiu coletar apenas metade dos fundos necessários para o Iêmen. Não obstante, programas de auxílio que cobrem milhões de pessoas deverão ser suspensos nas próximas semanas.

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A Unicef busca obter um total de US$ 461 milhões para suas operações humanitárias. Desta meta, apenas 39% fora alcançado. Também pretende obter US$ 53 milhões para conceder apoio a programas de prevenção contra o covid-19, dos quais só conseguiu angariar 10%.

Programas de saneamento, imunização e combate à desnutrição estão sob risco de serem fechados. Cólera, malária e dengue espalharam-se entre a população desnutrida mesmo antes do surto de coronavírus.

O sistema de saúde iemenita permanece à margem do colapso, mas pôde manter-se até então devido às doações.

A Unicef reporta ainda que 7.8 milhões de crianças não têm acesso às escolas, o que as deixa expostas ao trabalho infantil, recrutamento a grupos armados, casamento forçado e abusos sexuais.

“A Unicef declarou anteriormente e reiterou que o Iêmen é o pior lugar do mundo hoje para as crianças e que a situação não está melhorando”, concluiu Nyanti.

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