A Somália rejeitou uma oferta “ridícula” feita pelos Emirados Árabes Unidos ao estado africano para juntar-se à guerra no Iêmen, em troca de incentivos financeiros, revelou o chanceler somali Ahmed Isse Awad.
Segundo a rede Somalia News, os Emirados Árabes Unidos ofereceram reabrir o Hospital Sheikh Zayed, localizado na capital somali Mogadishu, sob a condição de que o país coopere na guerra do Iêmen e reivindique o arquipélago iemenita de Socotra como seu território.
O Hospital Sheikh Zayed, com administração emiradense, oferecia serviços de saúde gratuitos a cidadãos somalis até ser fechado pelos Emirados em 2018, como parte de um impasse diplomático entre Abu Dhabi e Mogadishu.
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“Os somalis não são ferramentas baratas utilizadas para implementar seus planos (…) o Iêmen é um país vizinho e irmão e possui sua própria soberania e direito à dignidade de seu povo”, declarou Awad. “O mundo sabe que Socotra é terra iemenita, desde os tempos antigos.”
Alguns somalis consideram a ilha localizada estrategicamente como território do país africano. Em 2010, surgiram relatos de que a Somália requisitou à ONU que determinasse o status do arquipélago.
Em 2019, Awad afirmou que as relações de seu país com Abu Dhabi não estavam no nível que deveriam. Autoridades somalis revelaram uma rede de espionagem operando no país em nome dos Emirados.
Na última semana, porém, os Emirados Árabes Unidos enviaram um avião de assistência com carga de sete toneladas de suprimentos, com destino a Jubaland, Somália, para auxiliar nos esforços do país diante da propagação do coronavírus.
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