Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Polícia da Itália confisca ‘maior carga da história’ de anfetaminas

Sacos de droga viciante conhecida como Captagon são confiscados e destruídos pelos Estados Unidos e parceiros da coalizão no sul da Síria, 31 de maio de 2018 [Exército dos Estados Unidos/Wikipedia]
Sacos de droga viciante conhecida como Captagon são confiscados e destruídos pelos Estados Unidos e parceiros da coalizão no sul da Síria, 31 de maio de 2018 [Exército dos Estados Unidos/Wikipedia]

A Polícia da Itália confiscou uma enorme remessa de anfetaminas, considerada a maior da história, supostamente contrabandeadas pela organização terrorista Daesh (Estado Islâmico), com base na Síria. A apreensão de cerca de 84 milhões de comprimidos de anfetamina, com valor estimado em US$ 1 bilhão, foi anunciada ontem (1°).

Especialistas afirmam que os grupos criminosos, que costumam contrabandear narcóticos em quantidades menores, tentaram traficar tamanha remessa devido à pouca oferta na Europa, durante a crise do coronavírus. Os traficantes foram tentados, alegam os experts, a assumir então um maior risco para submeter a enorme remessa.

LEIA: Drogas matam quase quatro mil por ano no Irã

Os comprimidos estavam escondidos dentro de três contêineres contendo produtos agrários e maquinaria. A remessa foi então relacionada ao Daesh, pois as unidades estavam marcadas com o logotipo da droga Captagon (fenetilina), segundo relatos, bastante popular no Oriente Médio em meados da década de 1990.

Segundo a Administração de Fiscalização de Drogas dos Estados Unidos (DEA), este logotipo é agora utilizado nas anfetaminas produzidas pelo Daesh.

Conforme relatos, a droga é fornecida regularmente a voluntários do Daesh antes de entrarem em batalha ou conduzir atentados terroristas, pois reduz sensações de medo, relutância e mesmo dor física. Seu uso levou agências de segurança a identificá-la como “droga da jihad”.

Embora supostamente ligada ao Daesh, há especulações de que a remessa possa ter como origem o próprio regime sírio. As drogas partiram do porto de Latakia, controlado pelo regime do Presidente Bashar al-Assad. O Daesh não possui acesso ao local.

 

O regime de Assad é conhecido por conduzir diversas operações de tráfico de drogas ao longo da guerra civil na Síria, ainda em curso, durante a qual o país tornou-se centro majoritário ao comércio ilegal de narcóticos. O regime sírio esteve particularmente ativo em operações de contrabando, sob sanção dos Estados Unidos e União Europeia, a fim de obter recursos para cobrir esforços de guerra.

No início deste ano, por exemplo, duas grandes operações de tráfico de drogas conduzidas pelo regime sírio foram frustradas. A primeira foi interrompida no Egito, com pílulas a caminho da Líbia. No outro incidente, autoridades da Arábia Saudita confiscaram mais de 44 milhões de comprimidos.

LEIA: EUA impõem sanções contra Assad e esposa da Síria sob o “Caesar Act”

A Polícia da Itália reportou que a enorme remessa provavelmente se destinava à distribuição por um “consórcio de grupos criminosos” espalhados pela Europa, ao alegar que a carga é simplesmente grande demais para ser administrada por um único grupo.

Entretanto, a investigação suspeita que o maior comprador e distribuidor das drogas em questão seja o sindicato do crime organizado de Camorra, com base em Nápoles, que possui fortes relações internacionais.

Categorias
Europa & RússiaItáliaNotíciaOriente MédioSíria
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments