A Embaixada do Reino Unido em Trípoli, capital da Líbia, afirmou neste sábado (4) que a presença de forças estrangeiras interferindo nas instalações petrolíferas do país é preocupante. As informações são da agência Anadolu.
Em declaração divulgada nas redes sociais, a embaixada britânica alegou que interrupção das atividades em instalações de petróleo custou mais de US$ 6 bilhões desde janeiro e danificou a infraestrutura do setor na Líbia.
O comunicado reiterou ainda que a militarização do setor energético na Líbia é inaceitável e pode levar a prejuízos ainda maiores; destacou que relatos da intervenção de mercenários no campo de Sharara são preocupantes e que a questão energética não deve ser usada como moeda de troca política.
Prosseguiu ao dizer que a Corporação de Petróleo Nacional da Líbia é a única entidade de fato autorizada a extrair, processar, distribuir e exportar o petróleo nacional. A missão britânica argumentou que, pelo bem de todos os líbios, não devem ser postos obstáculos aos esforços da instituição.
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A declaração exortou todas as partes na Líbia a retomar negociações.
A Líbia é dividida por uma brutal guerra civil desde a deposição do longevo ditador Muammar Gaddafi, em 2011. O novo governo do país foi inaugurado em 2015, sob acordo mediado pela ONU. Entretanto, esforços por uma solução política estável de longo prazo falharam devido à ofensiva militar do general renegado Khalifa Haftar, sobre a capital, desde abril de 2019.
A ONU reconhece o Governo de União Nacional, liderado por Fayez al-Sarraj como autoridade legítima do país, com sede em Trípoli, em combate contínuo contra as forças de Haftar.
O governo lançou a chamada Operação Tempestade de Paz em março último, para reagir às ofensivas de Haftar sobre a capital. Recentemente, as forças do governo central conseguiram libertar áreas estratégicas, incluindo a base aérea de Al-Watiya e a cidade de Tarhuna, último posto de Haftar no oeste da Líbia.
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