A Dinamarca está considerando enviar refugiados sírios para casa, pois considera áreas sob o regime do presidente Bashar Al-Assad em Damasco seguras, informou o Sputnik.
O governo dinamarquês está fazendo uma revisão das autorizações de residência para cerca de 900 refugiados sírios de Damasco, alegando que Damasco é segura, não havendo motivos para garantir o Estatuto de Protegido Temporário (TPS).
No anúncio, o ministro dinamarquês da Integração, Mattias Tesfaye, disse que qualquer refugiado forçado a retornar receberá o dinheiro de viagem.
“No ano passado, havia quase 100.000 refugiados retornando à Síria das áreas circundantes. Eu acho justo que as pessoas que moram aqui na Europa também voltem para casa se não precisarem de proteção “, acrescentou Tesfaye.
O anúncio foi severamente criticado por ativistas de direitos humanos que apontam que nenhuma área da Síria está atualmente segura para retornar.
Alguns especialistas sírios condenaram a decisão enfatizando que quem retorna está em risco e que a Dinamarca está estabelecendo um precedente perigoso para o tratamento dos sírios pelos países da UE.
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Internauta lamenta que a atitude possa inspirar outros países a fazerem mesmo e sugere: em vez de revisar casos individuais, revisar sua própria política.
Enquanto isso, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados enfatizou que não há perspectiva de uma solução pacífica para o conflito de longa data na Síria.
“A menos que a situação na Síria melhore significativamente em termos de garantir proteção à população, a ACNUR conclama os estados que receberam refugiados sírios – incluindo a Dinamarca – a continuarem com a proteção”, disse a porta-voz Elisabeth Arnsdorf Haslund.
Desde 2019, o governo dinamarquês considera que Damasco e sua região são lugares seguros e diz que os refugiados devem retornar para lá.
Em dezembro passado, a Dinamarca se tornou o primeiro país a negar um requerente de asilo sírio, alegando que o país está seguro, apesar dos assassinatos contínuos de civis devido a ataques aéreos.
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