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Sete são presos no Líbano por estupro e abuso de menino na Síria

10 de julho de 2020, às 09h57

Um garoto sírio caminha pela lama em um beco em um campo de refugiados no Líbano, 10 de julho de 2020 [Joseph Eid/ AFP / Getty Images]

Sete homens foram presos no Líbano por estupro e abuso de um garoto sírio de 13 anos que ocorreu durante um período de dois anos, relata a IranWire. O oitavo suspeito do caso ainda está sendo procurado pelas autoridades de segurança.

O caso veio à tona no final de junho, depois que um vídeo, filmado por três jovens libaneses, incluindo o filho de um oficial do Hezbollah, mostrando o estupro e tortura do jovem sírio se tornou viral nas mídias sociais.

De acordo com uma reportagem da agência de notícias Aram, no vídeo, os três jovens capturaram repetidamente o garoto enquanto ele tentava escapar, abusando dele sexualmente, verbal e fisicamente.

O vídeo apareceu online depois de uma discussão entre os oito agressores, causando uma divisão no grupo, informou a IranWire. O conteúdo da gravação levou o procurador-geral da cidade de Zahle, no leste do Líbano, a abrir um processo contra os autores, e à ordem de prisão.

Tanto libaneses quanto sírios reagiram com indignação nas mídias sociais, exortando as autoridades locais a tomarem rapidamente medidas punitivas contra os autores.

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Alguns usuários especularam que a mãe do garoto de 13 anos, Fátima Al-Salah, deveria saber que o abuso estava ocorrendo, mas fez pouco para detê-lo.

Falando ao IranWire, no entanto, Al-Salah disse que não tinha conhecimento do abuso, mas notou que o garoto de 13 anos “parecia triste” quando chegou em casa do trabalho. Quando questionado, o filho de Al-Salah disse que discutiu com colegas.

O garoto, cujo pai é sírio e a mãe é libanesa, teria desistido de estudar há dois anos para trabalhar em um bar de sucos para ajudar a sustentar a família. Segundo a IranWire, foi quando o abuso começou.

Al-Salah disse à agência online que seu filho não revelou o assédio físico, sexual e verbal a que foi submetido ao longo dos anos porque temia por sua vida.

Desde que o vídeo apareceu online, o garoto de 13 anos recebeu apoio por problemas de saúde mental que surgiram como resultado do abuso, mas, segundo Al-Salah, o tratamento fez pouco para resolver o trauma.

Manifestantes se reuniram fora do Gabinete do Alto Comissariado para Refugiados em Beirute, pedindo ao ACNUR que garanta asilo em um país europeu para o menino e sua família.

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