Rússia e China vetaram uma última tentativa dos membros ocidentais do Conselho de Segurança da ONU de estender a aprovação – que terminou na sexta-feira – para que a ajuda humanitária seja entregue por duas passagens de fronteira para a Síria a partir da Turquia pelos próximos seis meses, relata a Reuters.
As Nações Unidas dizem que milhões de civis sírios no noroeste do país dependem da ajuda humanitária fornecida através da Turquia, descrevendo-a como uma “tábua de salvação”. Os 13 membros restantes do conselho votaram a favor da resolução na sexta-feira.
O conselho de 15 membros foi dividido, com a maioria dos membros contra a posição dos aliados sírios, Rússia e China, que querem reduzir o número de passagens de fronteira para uma apenas, argumentando que as áreas podem ser alcançadas pela ajuda humanitária por dentro da Síria.
Este foi o terceiro voto fracassado no assunto pelo conselho e o segundo nesta semana, por veto da Rússia e China.
O Conselho de Segurança primeiro autorizou a operação de ajuda transfronteiriça à Síria há seis anos, o que também incluía os acessos pela Jordânia e Iraque. Essas travessias foram cortadas em janeiro devido à oposição da Rússia e da China.
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Na terça-feira, Rússia e China vetaram uma tentativa de prorrogar por um ano a aprovação das duas travessias pela Turquia. Os 13 membros restantes votaram a favor da resolução, redigida pela Alemanha e pela Bélgica. Na quarta-feira, a Rússia não conseguiu obter apoio suficiente para sua proposta de autorizar uma só travessia por seis meses.
A Rússia então elaborou um segundo projeto de texto russo para aprovar entregas de ajuda por uma travessia turca pelo prazo de um ano. Como o conselho está operando virtualmente durante a pandemia de coronavírus, os membros tiveram menos de 24 horas para votar, para que uma decisão fosse conhecida até este sábado.
Ontem mesmo, o Conselho rejeitou o texto alternativo da Rússia.
“O resultado da votação é o seguinte: quatro votos a favor, sete votos contra, quatro abstenções. O projeto de resolução não foi adotado por não ter obtido o número necessário de votos”, afirmou o presidente do Conselho de Segurança da ONU, Christoph Heusgen, conforme noticiou a Sputnik.
Uma resolução do Conselho de Segurança exige nove votos e nenhum veto de nenhum dos cinco membros permanentes – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.
A Rússia vetou 16 resoluções do conselho sobre a Síria desde que o presidente Bashar al-Assad reprimiu os manifestantes em 2011, levando à guerra civil. Em muitos desses votos, Moscou foi apoiada no conselho pela China.
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