O general renegado Khalifa Haftar, líder do chamado Exército Nacional Líbio, composto por milícias do leste da Líbia, afirmou neste sábado (11) que continuará a obstruir a produção de petróleo até que suas condições sejam aceitas.
As informações são da agência Anadolu.
Em mensagem por vídeo, publicada nas redes sociais, Ahmed al-Mismari, porta-voz de Haftar, leu um comunicado no qual reivindicou uma cota nos recursos adquiridos pela produção de petróleo do país.
As condições estipuladas no comunicado incluem depósito de recursos de petróleo em uma conta bancária localizada em um país mediador e estabelecimento de um mecanismo para distribuir as ações equitativamente. Também demandou auditoria no Banco Central da Líbia.
Mismari afirmou que, caso não sejam aceitas as precondições, as forças de Haftar continuarão a obstruir a produção de petróleo local.
Em 5 de julho, a Corporação Nacional de Petróleo da Líbia anunciou possuir registros de áudio e vídeo que comprovam a ocupação do campo de petróleo de Al-Sharara por mercenários estrangeiros.
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Os grupos mercenários internacionais, segundo a agência nacional de petróleo, ocuparam recentemente o porto de Sidra, no leste da Líbia, e estão estabelecendo no local seu centro de operações militares.
A produção de petróleo quase chegou a zero na Líbia, após milícias pró-Haftar fecharem instalações na porção oriental no país, em janeiro último, a fim de sufocar a economia do Governo de União Nacional, com sede na capital Trípoli, reconhecido pela ONU.
A Líbia possui a maior reserva petrolífera do continente africano e pode produzir 1.2 milhões de barris de petróleo cru por dia. Entretanto, a produção caiu abaixo de 100.000 barris diários, devido às ações dos grupos pró-Haftar, no decorrer dos últimos seis meses.
Ironicamente, o país rico em petróleo sofre hoje de longas filas para obter combustível.
Experts afirmam que Haftar, após sucessivas derrotas frente ao governo líbio e considerável pressão internacional, busca agora algum salvo conduto para negociações políticas. Deve utilizar então a produção de petróleo nacional como moeda de troca para tanto.
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